A comédia romântica que vai salvar seu dia, na Netflix Riccardo Ghilardi / Netflix

A comédia romântica que vai salvar seu dia, na Netflix

Dirigido por Dean Craig, conhecido por “Morte no Funeral”, “Um Amor, Mil Casamentos” é uma comédia romântica que explora a imprevisibilidade da vida e o poder das segundas chances, ao menos no cinema. Diferente da realidade, onde os erros não podem ser corrigidos, Craig usa o artifício da ficção para imaginar o que aconteceria se pudéssemos alterar as consequências de nossas escolhas. No centro dessa narrativa está Jack (Sam Claflin), o irmão da noiva Hayley (Eleanor Tomlinson), que se encontra em meio a um casamento em um deslumbrante palácio na Itália, onde sua irmã está prestes a se casar com Roberto (Tiziano Caputo).

O equilíbrio da cerimônia é ameaçado pela inesperada presença de Marc (Jack Farthing), um antigo conhecido de Hayley, que se revela um stalker disposto a sabotar o casamento. Para evitar esse desastre iminente, Hayley confia a Jack a tarefa de sedar o intruso. Porém, em um momento de pura confusão, o sedativo acaba na bebida errada, desencadeando uma série de eventos desastrosos e cômicos. Ao mesmo tempo, Jack tenta reacender uma antiga chama com Dina (Olivia Munn), uma amiga de sua irmã por quem ele nutria sentimentos no passado.

Em meio a esse caos, somos apresentados a Bryan (Joel Fry), um ator em início de carreira que anseia por impressionar o cineasta Vitelli (Paolo Mazzarelli). No entanto, o plano de Bryan vai por água abaixo quando ele, acidentalmente, consome o sedativo destinado a Marc, resultando em um encontro tragicômico com seu ídolo. Enquanto isso, a tensão entre Jack e Chaz (Allan Mustafa), o atual namorado de Amanda (Freida Pinto), ex-namorada de Jack, se intensifica. Chaz, tomado pelo ciúme, provoca confrontos cômicos que adicionam ainda mais caos à já tumultuada celebração.

A primeira versão dessa história, apresentada por Craig, termina de maneira sombria e caótica, mas o diretor nos convida a revisitar os acontecimentos, oferecendo uma nova perspectiva. Em um piscar de olhos, ele volta no tempo, dando aos personagens a chance de um desfecho diferente e reescrevendo seus destinos.

Craig utiliza essa abordagem para refletir sobre o impacto das pequenas decisões no desenrolar das vidas, ressaltando como a sorte e as escolhas podem alterar profundamente nossos caminhos. Em meio a esses questionamentos existenciais, ele recheia o filme com momentos hilários, situações constrangedoras que são comuns em grandes eventos sociais, como ser obrigado a interagir com alguém que você preferia evitar.

Narrado pela renomada Judi Dench, o filme foca em duas das inúmeras possíveis versões dessa história, mostrando como o acaso e as probabilidades podem ditar o rumo dos acontecimentos. A matemática do imprevisto se torna uma ferramenta narrativa, explorada de forma inteligente para criar uma comédia romântica original e cativante.

Filmado em locações exuberantes com paisagens mediterrâneas de tirar o fôlego, o longa de Craig equilibra leveza e descontração com momentos de tensão. Embora certas cenas possam desestabilizar os personagens, o diretor rapidamente redireciona a trama para garantir o final feliz esperado nesse gênero. Afinal, uma boa comédia romântica sempre reserva momentos de turbulência, mas entrega um desfecho que aquece o coração.


Filme: Um Amor, Mil Casamentos
Direção: Dean Craig
Ano: 2020
Gênero: Comédia/Romance
Nota: 8/10