Thriller de ação que entrou no Top 10 de 93 países, se manteve no ranking por 6 semanas e foi visto por 40 milhões na Netflix Divulgação / Netflix

Thriller de ação que entrou no Top 10 de 93 países, se manteve no ranking por 6 semanas e foi visto por 40 milhões na Netflix

Em meio à enxurrada de filmes de ação que logo caem no esquecimento, os serviços de streaming continuam apostando em títulos genéricos. O motivo é simples: eles garantem audiência. O público, por sua vez, segue em busca de uma distração fácil, algo que funcione como uma válvula de escape temporária, um entretenimento rápido que ofereça alívio à rotina estressante. “Lift: Roubo nas Alturas” é um desses exemplos. Não se destaca por sua originalidade ou impacto duradouro, mas proporciona uma pausa de 100 minutos para quem deseja se desligar de suas preocupações e mergulhar em um universo fictício repleto de adrenalina.

Sob a direção de F. Gary Gray, cineasta conhecido por sucessos como “A Negociação”, “Uma Saída de Mestre” e “Sexta-Feira em Apuros”, essa nova produção protagonizada por Kevin Hart marca uma fase onde Gray parece ter abraçado o molde industrial do cinema de ação. Já faz algum tempo que ele não apresenta um trabalho realmente substancial. O roteiro, assinado por Daniel Kunka, não foge ao previsível, entregando uma narrativa sem frescor ou inovação, seguindo à risca a fórmula do gênero.

Ainda assim, o filme conta com um elenco estrelado. Kevin Hart, no papel de Cyrus, pode ser a face mais reconhecida da produção, mas seus colegas de cena não ficam atrás em termos de talento e popularidade. O time é composto por nomes como Gugu Mbatha-Raw, Sam Worthington, Vincent D’Onofrio, Jean Reno e Burn Gorman. Sem dúvida, são as performances desses atores que elevam um pouco o nível da produção, conferindo-lhe ao menos uma dose de competência dramática.

Com um visual moderno, repleto de efeitos especiais e tecnologia de ponta, o enredo gira em torno de Cyrus, um notório ladrão de arte que está constantemente na mira da Interpol, liderada pela obstinada agente Abby Gladwell (Mbatha-Raw). Apoiado por sua equipe de criminosos, composta por personagens como Denton (D’Onofrio), Camila (Úrsula Corberó), Magnus (Billy Magnussen) e Mi-Sun (Yun Kim), Cyrus tenta driblar as investidas das autoridades enquanto planeja seu próximo grande golpe.

Quando Abby vê sua oportunidade de prender Cyrus sendo frustrada por seu superior, Huxley (Worthington), que lhe oferece um acordo ao invés de uma prisão, ela se sente traída por todo o esforço dedicado à investigação. A razão dessa frustração é que a Interpol está mais interessada em capturar Jorgensen (Reno), um ex-banqueiro que se tornou financiador de atividades terroristas. Com suas riquezas aumentando à medida que o caos se espalha, ele se torna o alvo principal das autoridades internacionais.

Diante dessa nova missão, Abby recruta a contragosto Cyrus e seu time para executar um ousado roubo: interceptar barras de ouro pertencentes a Jorgensen que estão sendo transportadas em um avião. Cada membro do grupo de Cyrus possui uma habilidade específica que será crucial para o sucesso da missão, e o filme entrega sequências eletrizantes recheadas de efeitos visuais para impressionar o público.

Os personagens, embora tecnicamente bem construídos, carecem de carisma e profundidade. Eles não são particularmente memoráveis, mas cumprem seu papel dentro da narrativa previsível e recheada de ação frenética. “Lift: Roubo nas Alturas” oferece aquilo que se espera de um filme desse tipo: uma experiência visualmente chamativa, sem grandes pretensões de transcendência ou reflexão. Se o objetivo é apenas entreter e distrair por algumas horas, a produção cumpre sua função de maneira competente.


Filme: Lift: Roubo nas Alturas
Direção: F. Gary Gray
Ano: 2024
Gênero: Ação/Comédia
Nota:7/10