Filme visto por 44 milhões de assinantes nos 3 primeiros dias da estreia na Netflix Divulgação / Netflix

Filme visto por 44 milhões de assinantes nos 3 primeiros dias da estreia na Netflix

Um novo império cai em ruínas após o brutal assassinato de seus monarcas, e as disputas internas corroem a força de um povo que luta para reagir. O novo líder, senador Balisarius, utiliza seu mais cruel comandante para caçar os insurgentes que desafiam a ascensão desse regime opressor. Esses rebeldes, protagonistas da trama, são a fagulha de uma resistência em meio ao caos.

A atmosfera de dúvida, descrença e violência, combinada com a fome devastadora, apenas fortalece a determinação dos insurgentes. Em “Rebel Moon — Parte 2: Corte do Diretor”, Zack Snyder retoma e expande os temas apresentados em “Rebel Moon — Parte 1: A Menina do Fogo” (2023). A sequência mistura intensas cenas de ação com reflexões sobre o futuro da humanidade, imaginando um mundo em que a sede de poder e destruição ameaça a própria Terra, enquanto os indivíduos são forçados a enfrentar os próprios demônios e anseios. A protagonista, uma heroína marcada por tragédias pessoais e coletivas, emerge como a representação de uma luta entre sobrevivência e autodescoberta, nunca deixando de buscar os prazeres que julgava perdidos.

Snyder, juntamente com os corroteiristas Shay Hatten e Kurt Johnstad, investiga as profundezas emocionais dessa personagem devastada, que enfrenta inimigos poderosos com força e resistência. Embora o filme pareça encerrar alguns mistérios à primeira vista, nada é simples.

A trama é rica em camadas de humanidade, onde a milícia liderada por Kora, formada por desajustados e órfãos, clama por vingança, mas sem perder de vista a complexidade da figura central. Snyder desconstrói a imagem de santidade que poderia envolvê-la, revelando uma mulher comum, guiada por desejos de liberdade e por anseios mundanos, mas legítimos.

A enigmática Marcadora de Cicatrizes, vivida por Sofia Boutella, é uma figura dúbia, dividida entre o sagrado e o diabólico. Ela deseja derrotar inimigos tão impiedosos quanto os cruéis líderes do Espaço Imperial, com Balisarius, interpretado por Fra Fee, à frente. Ele se destaca como o vilão central, manipulando os desesperados com falsas promessas enquanto os subjuga com brutalidade.

No primeiro filme, a dinâmica entre Boutella e Ed Skrein, no papel de Atticus Noble, garantiu grande parte da tensão da trama, e aqui, a atuação de Fee eleva Balisarius a um novo patamar de vilania. Snyder abandona o romantismo que permeava o filme original e aposta em um terror psicológico mais intenso, enquanto mergulha em uma narrativa pós-apocalíptica original e corajosa. Esse novo direcionamento sugere que Snyder está preparando o terreno para “Rebel Moon 3”, onde a Ordem dos 12 e uma revolta decisiva deverão tomar o centro da história.


Filme: Rebel Moon — Parte 2: Corte do Diretor
Direção: Zack Snyder
Ano: 2024
Gêneros: Ação/Ficção científica
Nota: 8/10