Na Netflix: romance leve e carregado de boas energias que vai levantar seu humor no fim de semana Divulgação / Vertical Entertainment

Na Netflix: romance leve e carregado de boas energias que vai levantar seu humor no fim de semana

Nos momentos mais desafiadores da vida, muitos de nós recorremos àquele filme leve e previsível, quase como uma fuga emocional. Algo que, por sua simplicidade e familiaridade, oferece conforto e uma pausa para a mente. Essa escolha, muitas vezes subestimada, é um ato de autocuidado que nos permite desligar das dificuldades do cotidiano e entrar, mesmo que por breves momentos, em um universo de fantasias. A capacidade de desligar-se temporariamente da realidade através de uma história leve é mais do que válida — é essencial para manter a saúde emocional em equilíbrio.

“Nos Vemos em Vênus”, dirigido pelo cineasta espanhol Joaquín Llamas, encaixa-se perfeitamente nessa categoria. Um verdadeiro “comfort movie”, o filme segue Mia (Virginia Gardner) e Kyle (Alex Aiono), dois jovens que estão à beira de deixar o ensino médio para entrar na vida adulta, ambos carregando fardos emocionais profundos. A trama não se destaca pela originalidade, mas oferece uma narrativa doce e acessível, voltada para quem busca uma experiência cinematográfica suave.

Kyle vive atormentado pela culpa, pois estava ao volante quando um trágico acidente vitimou seu amigo. Desiludido, ele enfrenta pensamentos sombrios sobre sua própria existência. Mia, por sua vez, é uma jovem órfã, que passou boa parte da vida entre diferentes lares adotivos, sempre com o sonho de reencontrar sua mãe biológica. Quando seus caminhos se cruzam, Mia, com sua personalidade vibrante, convence Kyle a acompanhá-la em uma viagem para a Andaluzia, onde ela acredita poder localizar sua mãe.

Relutante a princípio, Kyle acaba aceitando o convite. Ao chegarem na Espanha, a dupla aluga uma van e segue em busca da mulher que pode ser a mãe de Mia. O problema é que a lista de possíveis candidatas é longa, e encontrar a verdadeira torna-se um desafio. Durante a viagem, o contraste entre as personalidades de ambos fica evidente. Mia, com seu otimismo irreprimível, é o oposto de Kyle, que está em um processo profundo de introspecção e luta contra seus próprios demônios internos.

No entanto, a convivência forçada aos poucos vai aproximando os dois. Eles começam a perceber que suas dores, embora diferentes, têm pontos de conexão. Enquanto Mia lida com sentimentos de abandono e a solidão, Kyle enfrenta a culpa e a necessidade de se perdoar. A relação que se desenvolve entre eles não é apenas romântica, mas também de apoio mútuo, à medida que aprendem a partilhar não só suas angústias, mas também seus momentos de alegria e afeto.

“Nos Vemos em Vênus” não é um filme que se propõe a revolucionar o gênero. Na verdade, ele segue uma fórmula já bem estabelecida por produções como “Cartas Para Julieta” ou “A Culpa é das Estrelas”. No entanto, a previsibilidade não diminui seu valor, especialmente para aqueles que buscam um refúgio emocional em histórias leves e otimistas. Embora o filme seja repleto de elementos que já vimos em outros lugares, sua simplicidade cativante e a performance envolvente de Virginia Gardner trazem frescor à obra.

A produção é ideal para quem procura uma narrativa tranquila, sem grandes reviravoltas, mas repleta de momentos de ternura. Filmes como esse servem a um propósito importante: nos permitem pausar, respirar e reconectar com a leveza que muitas vezes falta em nosso dia a dia.


Filme: Nos Vemos em Vênus
Direção: Joaquín Llamas
Ano: 2023
Gênero: Romance/Drama
Nota: 8/10