Melhor filme de 2023, drama vencedor de 349 prêmios, incluindo 7 Oscars, está no Prime Video

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Christopher Nolan explora a complexa figura de Julius Robert Oppenheimer em uma produção que tem gerado reações mistas, dividindo opiniões entre crítica e público. O longa retrata a jornada do físico americano responsável pela criação de um dos maiores marcos da história militar: a bomba atômica.

Embora o enredo aborde um episódio amplamente conhecido, o filme apresenta uma estrutura que, em certos momentos, torna-se previsível, especialmente para quem já está familiarizado com a história. A duração estendida e o excesso de diálogos podem ser apontados como fatores que arrastam o ritmo da obra. Ainda assim, a força visual das cenas consegue equilibrar esses aspectos, conferindo à narrativa um impacto inegável.

Mesmo com um foco técnico significativo, o verdadeiro coração do filme reside nos elementos emocionais e na maneira como as relações humanas são construídas em torno de Oppenheimer. O diretor opta por destacar não apenas os feitos científicos do físico, mas também as tensões pessoais e morais que permearam sua vida.

Entre cenas repletas de diálogos densos, o espectador é guiado por imagens que capturam de forma sutil a angústia e a complexidade interior de um dos maiores cientistas do século 20. Na hierarquia dos gênios, ele apenas se coloca atrás de Albert Einstein, cujas contribuições, baseadas em Newton e Lorentz, possibilitaram a formulação das teorias da relatividade restrita e geral.

A narrativa não se contenta em focar apenas nos feitos científicos e nos dilemas éticos, pois grande parte da trama é carregada pelas sutilezas emocionais expressas através dos olhares e gestos dos personagens. É neste ponto que Cillian Murphy brilha ao encarnar Oppenheimer, especialmente nas cenas que retratam seus embates com a Comissão de Energia Atômica.

O conflito com Lewis Strauss, interpretado com intensidade por Robert Downey Jr., é uma das grandes forças dramáticas do filme. A tensão entre os dois personagens é magistralmente representada, trazendo à tona uma complexidade de sentimentos que vão muito além de uma simples divergência profissional.

O enredo do filme é ancorado em dois momentos históricos cruciais: a invasão da Polônia pela Alemanha nazista em 1939, marco que precipitou a Segunda Guerra Mundial, e as investigações de 1953, conduzidas pela Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos, que mancharam a reputação de Oppenheimer.

O longa trata a contribuição do cientista para o desenvolvimento da bomba atômica com uma dualidade intrigante: por um lado, ele é responsável pelo instrumento que acelerou o fim do conflito mundial com os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki; por outro, foi alvo de uma perseguição implacável que o marcou até seus últimos dias.

Julius Robert Oppenheimer morreu aos 62 anos, após uma longa batalha contra o câncer de laringe, porém sua maior luta foi, sem dúvida, contra as repercussões morais e políticas de seu trabalho. O filme de Nolan enfatiza essa ambivalência, oferecendo um retrato que vai além do cientista como criador de destruição em massa e foca no homem atormentado por suas escolhas e pelo legado que deixou.


Filme: Oppenheimer 
Direção: Christopher Nolan  
Ano: 2023 
Gênero: Drama/Suspense 
Nota: 9/10