Adaptação de fenômeno literário lido por mais de 400 milhões de pessoas, thriller investigativo está na Netflix Divulgação / RLJE Films

Adaptação de fenômeno literário lido por mais de 400 milhões de pessoas, thriller investigativo está na Netflix

Inspirado no livro homônimo de James Patterson e Liza Marklund, “Postais Mortíferos” nos apresenta uma trama carregada de mistério e tragédia. A narrativa segue Jacob Kanon (Jeffrey Dean Morgan), um detetive americano que, ao ter sua filha brutalmente assassinada durante a lua de mel em Londres, decide embarcar em uma busca incansável por justiça. Ao lado de sua filha, seu genro também é morto, ambos vítimas de um serial killer cujas ações aterrorizam diversas cidades europeias. O assassino parece seguir um padrão macabro, deixando pistas antes de cada ataque, incluindo cartões postais enviados a jornalistas locais, como uma espécie de aviso.

Ao longo da trama, Jacob recebe ajuda crucial de Dessie Lombard (Cush Jumbo), uma jornalista sueca que também foi alvo das mensagens enigmáticas do assassino. Com sua ajuda, o detetive atravessa fronteiras, enfrentando a burocracia policial e as diferentes abordagens das autoridades de cada país por onde o assassino passa. Enquanto isso, um jovem casal, interpretado por Naomi Battrick e Ruairi O’Connor, embarca em uma jornada pela Europa, sem saber que estão na mira de um perigo iminente. A conexão entre o casal e o assassino vai se tornando cada vez mais evidente, tecendo um enredo que mistura perseguição, pânico e a constante sensação de estarem sendo observados por um viajante misterioso.

A investigação de Kanon vai além das fronteiras físicas, contando com a colaboração à distância de sua ex-mulher, Valerie (Famke Janssen), que, nos Estados Unidos, também tenta desvendar parte desse sombrio quebra-cabeça. A história se desenrola de maneira envolvente, combinando o ritmo acelerado característico dos thrillers de James Patterson com a minuciosidade do olhar sueco trazido por Liza Marklund, que contribui com nuances locais, enriquecendo o contexto europeu onde a narrativa se desenrola.

Embora a história central seja emocionante, com muitas reviravoltas e momentos de tensão, a adaptação para o cinema, dirigida por Danis Tanović, não escapou de críticas. Muitos apontam a falta de profundidade nos personagens secundários, o que pode ter prejudicado o impacto emocional do filme. Um dos maiores desafios foi justamente condensar a riqueza de detalhes e subtramas presentes no livro em um longa-metragem, o que resultou em uma perda de complexidade para algumas das histórias paralelas, como a do golpista Haysmith, preso após ser traído pelo próprio filho.

O filme também explora a mente perturbada do assassino, que revela uma obsessão mórbida pela arte. Cada assassinato é meticulosamente planejado para imitar quadros famosos, com as vítimas sendo dispostas de maneira a replicar pinturas icônicas. Além dos cartões postais, outra característica peculiar do criminoso é sua prática de fotografar os corpos e depois misturar partes de diferentes vítimas, criando um espetáculo de horror e perplexidade.

“Postais Mortíferos” não é um filme para os mais sensíveis. Suas cenas de violência explícita e o ambiente sombrio em que a história se desenrola exigem um público preparado para uma experiência visceral. A brutalidade e a tensão constante permeiam a narrativa, tornando o filme uma imersão profunda no mundo do suspense. Para quem aprecia thrillers intensos e repletos de mistérios, esta produção é uma escolha certeira, oferecendo uma trama que prende a atenção e não permite distrações. A adaptação, embora não consiga captar toda a profundidade do livro, ainda consegue envolver o público com seus momentos de alta tensão e cenas impactantes, elevando o padrão dos suspenses policiais modernos.


Filme: Postais Mortíferos
Direção: Danis Tanovic
Ano: 2020
Gênero: Suspense/Policial/Drama
Nota: 8