Com Octavia Spencer: história belíssima e inspiradora de superação baseada em livro com 20 milhões de cópias vendidas, na Netflix Divulgação / Summit Entertainment

Com Octavia Spencer: história belíssima e inspiradora de superação baseada em livro com 20 milhões de cópias vendidas, na Netflix

Dizem que o sofrimento e o desespero moldam o caráter. Eu não sei nada sobre isso, mas, como toda avó diz, a necessidade faz o sapo pular. Escritores como J.K. Rowling e William P. Young encontraram, em momentos desesperadores de suas vidas, uma saída — uma porta para a criatividade que os conduziu ao sucesso. Rowling criou a saga de Harry Potter, que a tornou multimilionária. Da mesma forma, Young, com “A Cabana”, lançou um dos livros mais bem-sucedidos de 2007, um best-seller instantâneo que chegou ao Brasil no ano seguinte e, desde então, vendeu mais de 20 milhões de cópias, além de ganhar uma adaptação cinematográfica.

Young morava de aluguel em uma kitnet com sua esposa e quatro de seus seis filhos. Eles haviam perdido a casa por causa de uma hipoteca e viviam um dos piores períodos de suas vidas. No trajeto para o trabalho, no trem, ele começou a escrever “A Cabana”, uma história que pretendia dar aos filhos de presente de Natal. Para sua surpresa, o livro não apenas foi lido por sua família, mas se tornou um fenômeno mundial, especialmente entre a comunidade cristã, já que traz reflexões de caráter religioso.

Dez anos após a publicação do livro, foi lançado o longa-metragem homônimo, dirigido por Stuart Hazeldine, com a ganhadora do Oscar Octavia Spencer, Sam Worthington, Tim McGraw, Radha Mitchell e Alice Braga. O filme buscou recriar as ideias de Young em uma história que certamente inspirou muitas pessoas e as ajudou a superar os momentos mais difíceis de suas vidas. Isso porque o protagonista, Mack Phillips (Worthington), enfrenta uma das piores tragédias que um ser humano pode viver: a perda de um filho.

Aliás, falar sobre a perda de um filho é sempre muito doloroso. Qualquer pai ou mãe já fica com o coração apertado só de pensar na possibilidade de perder um filho. No caso de Mack, a situação é ainda mais trágica, pois sua filha foi sequestrada, violentada e morta. Do corpo da criança, restaram apenas vestígios, pedaços de roupa, evidências de um crime brutal. Mack está dilacerado e perdendo a fé. Quatro anos após o ocorrido, ainda desolado e em busca de uma forma de seguir em frente, ele recebe uma carta supostamente enviada por Deus, convidando-o a voltar à cabana onde sua filha foi assassinada.

Desconfiado, ele vai ao local e encontra três figuras: uma mulher negra chamada Elouisa (Spencer), que representa Deus, o Pai; Jesus (Avraham Aviv Alush); e Sarayu (Sumire), o Espírito Santo. A Trindade o guia em uma jornada espiritual para ajudá-lo a confrontar sua dor. Com diversas metáforas, cenas cheias de alegorias e representações simbólicas, o filme retrata o processo de cura e perdão de Mack.

Assim como o livro, o filme ressoa especialmente com aqueles que precisam ouvir uma mensagem de superação da dor e do desespero. Quando estamos quebrados, um conforto para o coração pode ser um verdadeiro bálsamo e alívio. No entanto, a crítica, na época, considerou o filme piegas e exagerado em suas representações. Não se deixe levar pelas opiniões alheias; afinal, somente nós podemos lidar com nossas emoções, e este é um filme que precisa ser sentido.


Filme: A Cabana
Direção: Stuart Hazeldine
Ano: 2017
Gênero: Drama/Fantasia
Nota: 8