Considerado o melhor suspense de ação de Luc Besson, filme com Helen Mirren na Netflix vale cada instante do seu tempo

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Mulheres deslumbrantes que se transformam em verdadeiras máquinas de destruição, escondendo suas intenções sombrias sob a superfície de uma beleza impecável, são o ponto de partida de várias histórias. Algumas prendem a atenção do público desde o início, apostando nos encantos físicos para depois mergulharem em dilemas profundos. Outras, no entanto, acabam naufragando em roteiros cheios de reviravoltas exageradas que perdem o rumo, nunca entregando o que prometem.

O filme em questão transita cuidadosamente entre esses extremos, mantendo um equilíbrio quase matemático. A habilidade do diretor em manipular as expectativas do público, oferecendo pistas que distraem da verdadeira intenção, é evidente. Ele mescla elementos de suas protagonistas mais notáveis e controversas, criando uma nova anti-heroína. Essa personagem carrega em si traços de outras mulheres que marcaram seu trabalho, como a vingativa Lucy e a assustadiça Mathilda. Contudo, a nova personagem, Anna, tem sua própria singularidade.

No centro de Moscou, Anna se apresenta como uma vendedora de matrioscas, aquelas bonecas russas que, ao serem abertas, revelam outras menores. Essa metáfora é usada de maneira astuta pelo diretor para dar uma ideia do que se esconde por trás da protagonista. Um olheiro de uma famosa agência de modelos a descobre, e mesmo relutante, por estar estudando biologia, ela aceita a proposta. Essa decisão a conduz a uma jornada no mundo da moda, mas o verdadeiro foco do enredo vai além das passarelas.

A trama nos conduz por uma série de eventos em que Anna, inicialmente uma figura ordinária, começa a desbravar o universo sofisticado da moda parisiense. Vivendo em um apartamento apertado com outras aspirantes a modelos, ela participa de seu primeiro ensaio fotográfico ao som de um hit dos anos 80. Contudo, a narrativa logo revela que o destino de Anna não está apenas nas passarelas, mas nas missões perigosas como assassina de aluguel, onde seu alvo inicial é um traficante de armas vinculado à CIA.

Um flashback estendido expõe o passado conturbado da protagonista, envolvida com um namorado violento que quase a leva à prisão. Um agente da KGB, Alex, a resgata, impressionado por suas habilidades de ex-fuzileira naval e sua inteligência afiada. Eles se envolvem romanticamente, o que impulsiona sua carreira como agente secreta, sob o comando da enigmática Olga, diretora da KGB. A química entre Anna e Alex, interpretado por Luke Evans, alimenta a narrativa, tornando seus destinos inseparáveis.

A introdução de Helen Mirren como Olga intensifica a trama, que ganha contornos de um suspense policial envolvente. Em uma cena emblemática, Olga, em um escritório decorado com retratos de Lênin e Trótski, faz um gesto inesperado ao apagar todos os registros comprometedores de Anna, cumprindo uma promessa antiga. Esse ato não é apenas um favor pessoal, mas o reconhecimento de uma luta perdida. Assim, o filme caminha para um desfecho onde traições e lealdades se entrelaçam, deixando o público intrigado até o fim.


Filme: Anna — O Perigo Tem Nome
Direção: Luc Besson
Ano: 2019
Gêneros: Ação/Thriller
Nota: 9/10