Clássico imortal que levou 200 milhões de espectadores aos cinemas é um dos mais vistos da atualidade no Prime Video Divulgação / New Line Cinema

Clássico imortal que levou 200 milhões de espectadores aos cinemas é um dos mais vistos da atualidade no Prime Video

J.R.R. Tolkien deixou um legado duradouro e profundo na cultura, na literatura e na Academia. Reconhecido como um dos maiores, senão o maior, autor do gênero fantasia da história, suas histórias da Terra-Média continuam a reverberar intensamente entre muitos leitores. Sua mitologia, baseada em lendas nórdicas, anglo-saxões e celtas, traz uma enorme bagagem de conhecimento e intelectualidade, dificilmente encontrada em outras obras.

Uma das grandes belezas de sua saga “O Senhor dos Anéis” são as nuances que ela carrega. Ao mesmo tempo em que narra histórias belíssimas de amizade e amor, explorando o universo pitoresco e colorido dos hobbits e o etéreo dos elfos, também traz à tona a obscuridade e a violência dos orcs e de Mordor. Pode-se pensar que fantasias e contos de fadas são para crianças, mas o universo de Tolkien é, sem dúvida, complexo e sombrio demais para ser considerado apenas entretenimento infantil.

Apesar de algumas adaptações de suas obras para o cinema, a maior delas se tornou “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel” e suas sequências, sob a direção de Peter Jackson. Este, sem dúvidas, foi um passo adiante na tecnologia de animações e efeitos especiais em filmes. Peter Jackson não apenas revolucionou o olhar do mundo sobre as obras de Tolkien e o cinema de fantasia, mas também impactou o cinema em geral. Parece até inconcebível imaginar que o cineasta gastou 93 milhões de reais para produzir o primeiro filme da franquia, considerando que produções de streaming, muito menos aclamadas, gastam o dobro disso, com efeitos bem menos convincentes.

Mas o montante valeu cada centavo. “A Sociedade do Anel” arrecadou 888 milhões de dólares nas bilheteiras mundiais, o que equivale a quase 4 bilhões de reais. Além disso, o filme foi indicado em mais de 250 categorias de prêmios do cinema, dos quais ganhou 125, incluindo 4 Oscars: Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Canção Original e Melhor Maquiagem.

O filme tem três horas de duração e tenta detalhar, com o máximo de riqueza e fidelidade às escrituras de Tolkien, a saga de Frodo, um hobbit incumbido de levar até Elrond, uma das maiores lideranças élficas da Terra-Média, o anel de Sauron, encontrado pelo tio Bilbo Bolseiro 60 anos antes, na caverna de Gollum. Se você já conhece a história, sabe que o anel é o único que restou de uma porção de anéis criados como um pacto entre todas as lideranças pela paz — mas, na verdade, era tudo parte de um plano elaborado por Sauron para sua dominação. Foram três anéis para os elfos, sete para os anões e nove para os humanos. O anel de Sauron foi forjado por ele, senhor de Mordor, para dominar todos os outros anéis e seus portadores.

O desejo de Sauron era dominar toda a Terra-Média. No entanto, ele foi “vencido” por Isildur durante uma batalha. A forma física de Sauron pode ter desaparecido do mapa, mas seu espírito definitivamente vive através de seu anel, que se apossa de quem o toca, conforme a corruptibilidade de seu coração. Ou seja, Isildur foi facilmente corrompido. Já Gollum, que não representava grandes riscos, manteve-se por um longo período nas sombras com a posse do anel, até que este caiu nas mãos de Bilbo. Agora, o único com coração puro suficiente para destruí-lo e acabar de uma vez por todas com Sauron é Frodo.

O fardo, no entanto, é pesado demais para um simples hobbit. Durante a reunião da alta cúpula da Terra-Média, é decidido que Frodo será acompanhado por outros sete guerreiros, que o protegerão e o ajudarão a chegar até a Montanha da Perdição, local onde o anel foi forjado e a única esperança de sua destruição. Os guerreiros são os três hobbits e amigos de Frodo: Samwise, Pippin e Merry. Além deles, o anão Gimli, o elfo Legolas, Aragorn (herdeiro de Isildur) e Boromir.

Durante a jornada, os guerreiros e outras entidades são tentados pelo anel, e, por isso, Frodo sofre constantes ameaças contra sua vida. Para piorar, os orcs estão em seu encalço, também querendo impedir os planos de destruição do anel, afinal, eles são uma das principais forças militares de Sauron na Terra-Média.

“A Sociedade do Anel” possui uma estética belíssima, altamente imersiva, que nos leva diretamente para dentro da história. Além disso, o filme conta com um elenco de alta competência, que inclui Elijah Wood, Sean Bean, Viggo Mortensen, Liv Tyler, Cate Blanchett, Ian McKellen e Christopher Lee, que curiosamente foi o único do elenco a ter conhecido pessoalmente J.R.R. Tolkien, décadas antes, claro.

A saga trazida por Peter Jackson já é um clássico da fantasia, oferecendo uma verdadeira aula de visual, efeitos e maquiagem. Sem dúvidas, seus filmes marcaram a história do cinema e continuam fortalecendo o legado de Tolkien.


Filme: O Senhor dos Aneis – A Sociedade do Anel
Direção: Peter Jackson
Ano: 2001
Gênero: Aventura/Épico/Fantasia
Nota: 10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.