Chris Pratt percorreu um caminho notável desde seus dias como o carismático e desajeitado Andy Dwyer em “Parks and Recreation”, onde seu alter ego, o agente secreto Burt Macklin, era mais uma piada do que uma profissão séria. De lá para cá, Pratt se firmou como protagonista em diversas produções de grande impacto, como “A Guerra do Amanhã”, um thriller de ficção científica dirigido por Chris McKay, que transita da animação para o cinema de ação em grande escala.
No filme, Pratt interpreta Dan Forester, um ex-soldado idealista que, agora, leva uma vida tranquila como professor de ciências do ensino médio, ao lado de sua esposa e filha. Esse cotidiano é abruptamente interrompido quando viajantes do futuro surgem com uma mensagem aterradora: em 30 anos, a Terra enfrentará uma invasão alienígena catastrófica, e a única esperança da humanidade é recrutar soldados do passado para lutar nessa guerra.
Com saltos temporais que conectam 2050 a 2022, o filme evoca o clima de distopias consagradas, como “Interestelar” e “Tropas Estelares”. Embora permeado por momentos de humor, sobretudo nos diálogos de JK Simmons, que interpreta o pai irascível de Dan, a narrativa mantém um tom predominantemente sério e carregado de tensão familiar. Dan é lançado nesse conflito desconcertante ao lado de recrutas improváveis, como o nerd espirituoso Charlie (Sam Richardson) e o cínico Dorian (Edwin Hodge). A eles se junta uma comandante imponente, interpretada por Yvonne Strahovski, cuja ligação com Dan revela-se mais profunda do que inicialmente parece.
A ação intensa e os efeitos visuais impressionantes das criaturas, que lembram os monstros de “Um Lugar Silencioso”, são pontos altos do filme, mas não conseguem dissipar a sensação de déjà vu que permeia produções sobre viagem no tempo, como “O Exterminador do Futuro”. As complexidades dos paradoxos temporais são convenientemente ignoradas, exigindo que o espectador suspenda sua descrença.
O filme, que se estende como uma ópera wagneriana, culmina em um clímax inesperado, impulsionado por um dos alunos de Dan, numa reviravolta que remete ao espírito de “Heróis Fora de Órbita”. No final, “A Guerra do Amanhã” se estabelece como uma experiência cinematográfica grandiosa, onde a familiaridade das cenas de ação e dos efeitos especiais não impede o filme de oferecer uma dose de entretenimento envolvente, ainda que previsível.
Filme: A Guerra do Amanhã
Direção: Chris McKay
Ano: 2021
Gêneros: Ação/Aventura/Thriller
Nota: 8/10