Lançado na Netflix em julho de 2022, “Continência ao Amor” chegou trazendo à tona temas relevantes e atuais, especialmente em um cenário de profunda polarização política nos Estados Unidos. Assisti ao filme logo em seu lançamento, mas só agora, mais de um ano depois, decidi colocar em palavras a minha experiência com ele. O que me atraiu, acima de tudo, foi a química indiscutível entre Nicolas Galitzine e Sofia Carson, cuja interação na tela é tão genuína que desperta o desejo de vê-los juntos novamente, seja em uma sequência ou em outra narrativa. A trama, por si só, é intrigante: dois personagens com visões de mundo diametralmente opostas são forçados a se unir por circunstâncias inesperadas, e a partir desse vínculo inicial, uma relação complexa e desafiadora se desenrola. No entanto, o sucesso de um acaba ameaçando o futuro do outro, levantando a difícil questão: o amor pode sobreviver a isso?
Galitzine e Carson, além de serem visivelmente atraentes, demonstram um talento que justifica o crescente sucesso de suas carreiras nos últimos anos. “Continência ao Amor” não só contribuiu para esse reconhecimento, mas também se consolidou como um fenômeno na plataforma de streaming, acumulando cerca de 120 milhões de visualizações em apenas dois meses. Adaptado do romance de Tess Wakefield por Kyle Jarrow e Liz W. Garcia, o filme cativa com uma narrativa que aborda as dificuldades de Cassie, uma jovem garçonete e cantora que, além de lutar contra a iminente falência, enfrenta a dura realidade de uma vida dependente de insulina, enquanto defende causas feministas e progressistas.
A história ganha um novo rumo quando Cassie, desesperada por uma solução para seus problemas financeiros e de saúde, reencontra um velho amigo, Frankie, que recentemente se alistou na Marinha. Ao propor um casamento de conveniência para acessar os benefícios do plano de saúde militar, ela se depara com a resistência de Frankie, que já planeja pedir sua namorada em casamento. Contudo, Luke, um colega de Frankie com uma visão de mundo conservadora, ouve a conversa e ameaça denunciar Cassie. Ele próprio, contudo, está atolado em dificuldades: ex-dependente químico, endividado com um traficante e em conflito com sua família, vê no serviço militar uma chance de redenção. A proposta de Cassie, portanto, também faz sentido para ele, e juntos eles forjam um relacionamento para escapar de suas situações desesperadoras, embora o risco de prisão militar os assombre.
A partir daí, uma inesperada proximidade emocional e física surge entre Cassie e Luke, especialmente após ele confidenciar seus medos sobre o futuro e a iminente missão no Iraque. Durante sua ausência, Cassie canaliza suas emoções nas músicas que escreve, rapidamente ganhando fama online. O filme culmina em uma decisão crucial para o casal: com o retorno de Luke, ambos precisam enfrentar não só as consequências de suas escolhas, mas também a realidade de suas diferenças, testando se o amor que construíram pode resistir ao cotidiano e às obrigações que agora os aguardam.
“Continência ao Amor” é uma obra que ressoa com as inquietações da juventude atual, ao mesmo tempo em que oferece um romance envolvente e momentos de entretenimento que prendem a atenção do início ao fim.
Filme: Continência ao Amor
Direção: Elizabeth Allen Rosenbaum
Ano: 2022
Gênero: Romance/Drama
Nota: 9/10