Poucas produções de ação conseguiram deixar uma marca tão profunda quanto “John Wick” (também conhecido como “De Volta ao Jogo”). Inspirado por obras icônicas do gênero e pela temática de máfia, o roteiro, criado por Derek Kolstad e transformado em filme pelo diretor Chad Stahelski, ambos veteranos do universo dos dublês, trouxe uma nova perspectiva para o thriller de ação. Este longa-metragem, que rapidamente se estabeleceu como um clássico contemporâneo, introduziu John Wick, um dos anti-heróis mais cativantes e icônicos do cinema moderno. A performance de Keanu Reeves foi crucial para o sucesso do filme, emprestando ao personagem uma profundidade emocional e uma presença marcante que poucos atores conseguiriam igualar.
Na trama, John Wick é retratado como um ex-assassino de aluguel que abandonou sua carreira mortal em busca de uma vida pacata ao lado de sua esposa, a quem amava profundamente. No entanto, sua felicidade é interrompida quando sua esposa adoece e falece, deixando Wick devastado. Em um gesto de amor e conforto, ela organiza a entrega de um filhote de cachorro após sua morte, com o intuito de ajudar John a lidar com a solidão. Wick se apega imediatamente ao cãozinho, que representa seu último vínculo com a mulher que amava. Entretanto, essa frágil paz é quebrada quando, em um posto de gasolina, ele cruza o caminho de Iosef, filho do chefão da máfia Viggo Tarasov. Iosef fica obcecado pelo carro de Wick, um Ford Mustang Mach 1 de 1969, mas John se recusa a vendê-lo. Esse confronto inicial planta a semente para a violência que se seguirá.
Na mesma noite, a casa de Wick é invadida por Iosef e seus capangas, que não apenas roubam o Mustang, mas também assassinam brutalmente o cachorro de Wick. Esse ato bárbaro reacende em John a fúria de seus dias como assassino, despertando uma sede de vingança implacável. A partir desse momento, o submundo do crime treme, pois todos sabem que desafiar John Wick é uma sentença de morte. Viggo, ao perceber a gravidade da situação e a fúria que seu filho desencadeou, tenta desesperadamente apaziguar Wick e impedir um banho de sangue, mas seus esforços são inúteis. Wick está determinado a vingar a morte de seu cão e a violência perpetrada contra ele, e nenhum obstáculo será grande o suficiente para detê-lo.
O que se segue é uma sequência de ação eletrizante e meticulosamente coreografada. Cada cena de combate é um espetáculo visual de precisão e brutalidade, destacando a habilidade de Wick como um guerreiro letal. Keanu Reeves, em um esforço para trazer autenticidade ao seu papel, participou de 90% das cenas de ação, incluindo perseguições de carro e combates corpo a corpo. Para alcançar o nível de realismo necessário, Reeves se submeteu a um treinamento rigoroso, que incluía jiu-jitsu brasileiro, manuseio de armas de fogo e técnicas de combate em espaços confinados. Seu comprometimento com o papel também o levou a treinar com ex-militares e especialistas em táticas de luta, aprimorando suas habilidades até o ponto de execução perfeita.
A cinematografia de “John Wick” é outro aspecto que merece destaque, sendo um componente essencial para a criação de sua atmosfera única. Jonathan Sela, diretor de fotografia, utilizou uma paleta de cores em tons de néon e uma iluminação que realça os contrastes entre sombras e luzes, conferindo ao filme um toque noir contemporâneo. Essas escolhas estéticas não apenas realçam o perigo sempre presente, mas também enfatizam a sofisticação do mundo em que Wick opera. Os cenários e figurinos são pensados para refletir a dualidade do protagonista: um homem de classe, mas com uma capacidade ilimitada para a violência. Cada detalhe visual contribui para consolidar a imagem de John Wick como um ícone elegante e letal, solidificando o filme como uma obra-prima do cinema de ação moderno.
Filme: John Wick — De Volta ao Jogo
Direção: Chad Stahelski
Ano: 2014
Gênero: Ação/Suspense/Policial
Nota: 10