Sequência de franquia de fantasia e aventura com Kate Beckinsale está na Netflix Divulgação / Screen Gems

Sequência de franquia de fantasia e aventura com Kate Beckinsale está na Netflix

Anjos da Noite: Guerras de Sangue” retoma a narrativa de uma disputa milenar, sem se afastar das trilhas já desbravadas nos filmes anteriores. Sob a direção de Anna Foerster, o longa se mantém fiel à essência da franquia, explorando a eterna rivalidade entre vampiros e lobisomens, com um respeito cauteloso pelas raízes que conquistaram os fãs desde 2003.

Nesta quinta jornada, Kate Beckinsale volta a encarnar Selene, a destemida guerreira vampira que agora enfrenta batalhas não apenas nos campos de guerra, mas também no território íntimo da maternidade. A relação entre Selene e sua filha promete introduzir uma dimensão inédita à trama, mas o roteiro de Cory Goodman hesita em aprofundar essas nuances emocionais que poderiam enriquecer o enredo. As cenas de ação permanecem como o elemento central do filme, ainda que, em certos momentos, pareçam servir mais como uma conexão entre sequências do que como um veículo para uma narrativa mais complexa.

No que diz respeito à estética, o filme não decepciona. As coreografias de combate são conduzidas com uma brutal elegância, que tanto reverencia quanto cumpre as expectativas dos aficionados por fantasia e ação. O design de produção revive a atmosfera gótica característica da série, uma clara referência aos seguidores do estilo sombrio que permeia a saga. O figurino de Selene, como sempre, é impecável — um traço de continuidade que tanto enriquece a personagem quanto agrada ao público fiel.

Beckinsale continua a dominar a tela com uma destreza que corresponde à força da guerreira que interpreta, embora o mesmo não possa ser dito de todo o elenco. Apesar dos esforços, atores como Theo James, no papel de David, não conseguem se destacar na narrativa, deixando suas participações um tanto apagadas.

Os críticos têm destacado uma falta de inovação no desenvolvimento dos personagens, que permanece superficial, e na trama, que parece mais reciclada do que renovada. Embora o filme se mantenha esteticamente alinhado com o estilo da série, “Guerras de Sangue” não avança como poderia, deixando uma sensação de estagnação onde havia potencial para evolução.

A direção de Foerster é eficiente, mas carece de ousadia; é uma execução que ecoa os temas já conhecidos da franquia, mas sem se aventurar a criar algo realmente novo. A oportunidade de explorar novas perspectivas e revitalizar a mitologia da saga é uma chance perdida nesta sequência que opta por jogar seguro.

“Anjos da Noite: Guerras de Sangue” oferece aos fãs da saga um retorno familiar, com ação e uma estética que honram o legado da série. Contudo, falta-lhe o vigor necessário para atrair novos seguidores ou para deixar uma marca duradoura no cenário contemporâneo do cinema de ação e fantasia. A franquia, por ora, parece estar contente em revisitar o sucesso passado, sem abrir espaço para o futuro.


Filme: Anjos da Noite: Guerras de Sangue
Direção: Anna Foerster
Ano: 2016
Gêneros: Terror/Mistério
Nota: 7/10