Uma das franquias de ação de maior sucesso do século 21, filme faturou 2,5 bilhões de reais e está na Netflix Divulgação / Paramount Pictures

Uma das franquias de ação de maior sucesso do século 21, filme faturou 2,5 bilhões de reais e está na Netflix

No enredo de “Transformers: O Despertar das Feras”, somos transportados para um mundo onde robôs gigantes de origem extraterrestre se encontram presos na Terra, enfrentando uma ameaça alienígena verdadeiramente perigosa. Estes invasores servem a uma divindade colossal e malevolente, cujo poder destrutivo é capaz de dizimar planetas inteiros para assegurar sua sobrevivência. Este é o único filme da franquia “Transformers” que não conta com a assinatura de Michael Bay, mas ainda preserva o espírito de entretenimento despreocupado e exagerado que caracterizou as seis produções anteriores, todas inspiradas nos populares brinquedos da Hasbro. Entre essas produções está “Bumblebee”, onde Travis Knight conseguiu equilibrar habilmente ação e momentos comoventes, graças, em parte, a uma heroína inesperada.

Neste novo capítulo, Steven Caple Jr. revisita elementos do universo estabelecido por Bay, reintroduzindo B-127, um Autobot que, em desgraça, é forçado a abandonar seu planeta natal, Cybertron, para escapar de uma horda de Decepticons, os antagonistas implacáveis da série. Com poucas opções de refúgio na galáxia, B-127 vê na Terra, com sua vastidão e população numerosa, um esconderijo plausível. A partir desse ponto, os roteiristas Joby Harold, Darnell Metayer e Josh Peters expandem a narrativa, desenvolvendo uma história que, eventualmente, ganha autonomia com “Transformers: O Despertar das Feras”, na Netflix.

Noah Diaz, um ex-militar especializado em segurança, enfrenta dificuldades em encontrar um emprego em uma Nova York dominada pela criminalidade, enquanto busca desesperadamente uma oportunidade para custear o tratamento de seu irmão mais novo, Kris, interpretado por Dean Scott Vazquez. Após se vestir com esmero para uma entrevista, Noah cruza a cidade acompanhado de Kris, apenas para descobrir que a entrevista foi cancelada por conta de uma informação comprometedora sobre seu passado, que chegou ao conhecimento do superintendente do edifício onde aconteceria a entrevista.

Esse início, carregado de nuances e sugestões, estabelece a base para os eventos subsequentes do filme, centrando-se no personagem de Noah, que, sem muitas opções, decide juntar-se à gangue de Reek, um velho amigo interpretado por Tobe Nwigwe. Juntos, eles planejam roubar um Porsche prata, que, por coincidência, é o disfarce de Optimus Primal, um Autobot dublado com um toque de humor sutil por Ron Perlman. Paralelamente, no Museu Nacional de Imigração de Ellis Island, do outro lado do rio Hudson, a estagiária Elena trabalha incansavelmente para identificar a origem de uma misteriosa escultura pré-colombiana — a Chave Transwarp, um artefato que pode significar tanto a salvação quanto a destruição dos Transformers.

Com uma crítica social que oscila entre o sutil e o impactante, Caple Jr. une esses dois jovens protagonistas, ambos acostumados à invisibilidade que sua condição social lhes impõe, na batalha épica que culmina no clímax do filme, na transição do segundo para o terceiro ato. Juntos, lutam pela libertação de Cybertron, uma metáfora poderosa que poderia ter se perdido em meio ao espetáculo, não fosse a atuação convincente de Anthony Ramos e Dominique Fishback, cujos talentos excepcionais elevam o filme a um patamar superior dentro de sua categoria.


Filme: Transformers: Rise of the Beasts
Direção: Steven Caple Jr. 
Ano: 2023
Gêneros: Ficção científica/Ação 
Nota: 8/10