Adaptação de fenômeno literário com mais de 200 milhões de leitores, filme arrebanhou 60 milhões aos cinemas, na Netflix Divulgação / Summit Entertainment

Adaptação de fenômeno literário com mais de 200 milhões de leitores, filme arrebanhou 60 milhões aos cinemas, na Netflix

Catherine Hardwicke, ao ser aclamada pelo sucesso de “Os Reis de Dogtown””, viu sua popularidade e reconhecimento crescer ainda mais com “Crepúsculo”. Este primeiro filme da famosa saga não apenas capturou a atenção dos fãs de vampiros, mas também se tornou um fenômeno cultural, mesmo sem conquistar a crítica especializada. Contudo, em uma entrevista de 2023, Hardwicke revelou por que decidiu não seguir adiante nas continuações. Segundo ela, as sequências não possuíam o encanto presente no livro original, e sem essa paixão, ela optou por deixar o projeto. Hardwicke também expressou sua frustração pelo fato de que não conseguiram encontrar outras mulheres para dirigir os filmes subsequentes, que acabaram nas mãos de Chris Weitz, David Slade e Bill Condon.

É inegável que a saída de Hardwicke trouxe uma mudança perceptível nos filmes seguintes. Apesar de as continuações terem perdido um pouco do charme inicial, isso não impediu a saga de continuar a quebrar recordes de bilheteria. “Eclipse”, por exemplo, conseguiu praticamente dobrar os lucros de seu predecessor, provando que o apelo da franquia estava longe de enfraquecer.

Embora seja comum encontrar críticas ao filme “Crepúsculo”, vale a pena reconhecer seus méritos. Ele abriu caminho para uma série de romances sombrios que dominaram o cenário literário e cinematográfico nas décadas seguintes. Obras como “50 Tons de Cinza”, “Através da Minha Janela” e “O Fabricante de Lágrimas” devem seu sucesso ao fenômeno iniciado por Stephenie Meyer. É interessante notar que, enquanto esses romances foram influenciados por “Crepúsculo”, Meyer se inspirou em autores como Anne Rice, Jane Austen e William Shakespeare, trazendo uma profundidade inesperada à sua obra.

O filme também foi responsável por lançar dois atores talentosos à fama global. Kristen Stewart, que deu vida à protagonista Bella Swan, talvez não tenha agradado a todos com seu estilo de atuação, mas demonstrou que é possível brilhar sem recorrer à expressividade exagerada. Como Woody Allen observou, Stewart trouxe uma autenticidade incomum às telas, com sua atuação marcada por uma sutileza muitas vezes subestimada.

Robert Pattinson, que interpretou o misterioso Edward Cullen, também se destacou após “Crepúsculo”. Seu talento ficou ainda mais evidente em papéis como o perturbado Thomas Howard em “O Farol” e o reverendo desonesto em “O Diabo de Cada Dia”. Até mesmo em “Batman”, sob a direção de Matt Reeves, ele provou ser um ator versátil e com uma carreira promissora pela frente. Stewart e Pattinson redefiniram os padrões de protagonistas românticos, mostrando que personagens excêntricos e introspectivos também podem cativar o público. Difícil imaginar uma escolha de elenco mais acertada para “Crepúsculo”.

Curiosamente, antes de alcançar a fama com “Crepúsculo”, Pattinson enfrentou momentos difíceis. Em entrevista a Ellen DeGeneres, ele revelou que, após um pequeno papel na saga “Harry Potter”, considerou desistir da carreira de ator. Estava falido e chegou a viver em seu carro antes de ser escolhido para interpretar Edward. Graças a esse filme, que muitos consideram um entretenimento leve e adolescente, ele conseguiu evitar o retorno à casa dos pais na Inglaterra.

Quanto à trama de “Crepúsculo”, na Netflix, é provável que você já esteja familiarizado. A história gira em torno de uma jovem que se muda para a chuvosa cidade de Forks, onde vai morar com o pai. Na escola, ela conhece Edward, um colega de classe que a princípio parece desprezá-la, mas cujo comportamento enigmático logo desperta sua curiosidade. Com o tempo, Bella descobre que Edward, na verdade, é um vampiro, e que sua aparente aversão é, na verdade, uma luta interna para resistir ao cheiro do sangue dela. Enquanto Bella se considera comum, ela acaba atraindo não apenas a atenção de Edward, mas também a de um lobisomem e de outras criaturas sobrenaturais que habitam o mundo ao seu redor.


Filme: Crepúsculo
Direção: Catherine Hardwicke
Ano: 2008
Gênero: Drama/Fantasia/Romance
Nota: 8/10