Últimos dias na Netflix: maior bilheteria de Tom Cruise e o filme mais rápido a ultrapassar a marca de 1 bilhão de dólares nos cinemas Divulgação / Paramount Pictures

Últimos dias na Netflix: maior bilheteria de Tom Cruise e o filme mais rápido a ultrapassar a marca de 1 bilhão de dólares nos cinemas

Certos filmes, por mais que pertençam ao passado, inevitavelmente reacendem o entusiasmo do público como se fossem uma novidade. Um exemplo recente é “Top Gun: Maverick”, que, sob a direção de Joseph Kosinski, justifica cada dólar dos 170 milhões investidos em sua produção, liderada por Christopher McQuarrie e Tom Cruise. Com ecos do que Tony Scott realizou em 1986 com “Top Gun — Ases Indomáveis”, o novo filme também reúne uma equipe talentosa tanto em frente quanto atrás das câmeras.

Tom Cruise, assim como fez no filme original, carrega boa parte da mística que permeia “Maverick”. Interpretando Pete Mitchell, também conhecido como Maverick, Cruise prova mais uma vez sua versatilidade e consolida seu status como uma das figuras mais rentáveis de Hollywood. Na pele do intrépido aviador, ele comanda cenas de tirar o fôlego, envolvendo tanto o público masculino quanto feminino, independentemente de idade.

O roteiro, assinado por Jim Cash, Peter Craig e Jack Epps Jr., traz Maverick de volta à ação, dessa vez encarregado de testar um dos avançados F/A-18 da Marinha americana. Sua missão é alcançar e manter um nível de velocidade e pressão que poucos pilotos experientes ousariam tentar. E, como esperado, ele não decepciona ao completar a primeira parte dessa missão aparentemente impossível.

Contudo, a sede de Maverick por superação o leva a ultrapassar os limites impostos por seus superiores, resultando em uma falha quase catastrófica. Com a aeronave destruída, ele é enviado de volta à Top Gun, a escola de elite para os pilotos mais promissores. Antes mesmo de iniciar sua nova função como instrutor, o filme dedica um bom tempo a mostrar Maverick em uma espécie de exílio, em uma cidadezinha do meio-oeste americano, antes de seu retorno a um ambiente familiar, mas ainda mais hostil: o bar onde os jovens pilotos se gabam de suas habilidades, exibindo uma confiança que só a inexperiência permite.

O papel das mulheres na narrativa é novamente significativo, como já era no primeiro filme. Jennifer Connelly interpreta Penny Benjamin, uma velha amiga de Maverick e dona do bar, cuja interação com o protagonista traz um necessário alívio cômico e talvez um toque de romance.

Ao assumir o posto de instrutor na Top Gun, o filme aciona a memória afetiva do público, trazendo à tona a trágica morte de Goose, personagem de Anthony Edwards no filme original. O filho de Goose, Rooster, vivido por Miles Teller, é agora um dos alunos sob a tutela de Maverick. A dinâmica entre eles é um dos pontos altos do filme, criando uma tensão emocional que justifica cada um dos 130 minutos de duração. Mesmo para quem não é fã das peculiaridades dos anos 80, como a icônica (e questionável) cena de vôlei na praia, revisitada aqui, o filme entrega uma experiência cinematográfica memorável.


Filme: Top Gun: Maverick
Direção: Joseph Kosinski
Ano: 2022
Gêneros: Ação/Thriller
Nota: 8/10