Últimos dias para ver na Netflix o fenômeno mundial que levou mais de 70 milhões de espectadores aos cinemas e lucrou 3 bilhões de reais Divulgação / Lionsgate

Últimos dias para ver na Netflix o fenômeno mundial que levou mais de 70 milhões de espectadores aos cinemas e lucrou 3 bilhões de reais

No filme “Jogos Vorazes: A Esperança – O Final”, não há grandes surpresas, o que pode ser interpretado de maneiras opostas, porém complementares. Mais uma vez, Francis Lawrence, responsável pela direção, conduz a narrativa da série que se apresenta como uma jornada neofeminista e pseudo-revolucionária, baseada na obra de Suzanne Collins. A autora, junto com Danny Strong e Peter Craig, também contribui para o roteiro, garantindo a continuidade do universo que começou a ser explorado no primeiro filme da série, dirigido por Gary Ross.

Lawrence extrai de seu elenco um desempenho satisfatório, mesmo após longos meses de gravações que resultaram em mais de nove horas de material. Este trabalho intenso não esgota os espectadores, especialmente aqueles que acompanharam a saga de Katniss Everdeen desde os livros de Collins, onde a protagonista se rebela contra um regime opressor em um mundo pós-apocalíptico, enfrentando desafios que ultrapassam seus limites. Embora o desfecho pudesse ter sido alcançado no filme de 2014, os estúdios optaram por dividir o último capítulo em dois grandes blocos, estratégia já vista em franquias como “Crepúsculo” e “Harry Potter”. Isso garantiu não apenas a fidelidade do público, mas também uma lucratividade dobrada. A série continua, com o próximo capítulo, “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, sob a direção de Francis Lawrence, previsto para estrear em 15 de novembro de 2023.

Enquanto isso, no enredo de “A Esperança – O Final”, na Netflix, Katniss Everdeen se encontra quase sem voz, dialogando com Plutarch Heavensbee, que se torna um aliado na luta contra o tirânico presidente Snow. A trama não perde tempo em explicações desnecessárias, mantendo o foco nas sutilezas que são essenciais para a história. Jennifer Lawrence, Philip Seymour Hoffman e Donald Sutherland compartilham a tela em um embate silencioso, que captura a atenção do público, representando três gerações de atores em uma narrativa ao mesmo tempo envolvente e absurda.

Jena Malone, interpretando Johanna, adiciona um toque de humor ao filme, um papel que anteriormente havia sido desempenhado por Effie Trinket, personagem de Elizabeth Banks, que neste filme é parcialmente ofuscada pelos eventos que se desenrolam ao longo dos 137 minutos de duração. Embora seja desnecessário exaltar novamente o carisma e talento da protagonista, é importante reconhecer que Jennifer Lawrence conduz a narrativa com profissionalismo, incorporando o espírito da heroína que busca salvar a humanidade, correndo, literalmente, para que o enredo não perca o ritmo.

Josh Hutcherson, no papel de Peeta Mellark, continua a não contribuir significativamente, e sua falta de vivacidade se torna ainda mais evidente agora que seu personagem está noivo de Katniss. Talvez uma alteração no roteiro original, promovendo Gale, interpretado por Liam Hemsworth, ao papel de futuro cônjuge de Katniss, teria sido mais interessante, considerando que a heroína nunca precisou de homem ou de qualquer outra pessoa para afirmar sua força.

Com o próximo filme da série, “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, talvez o destino de Katniss e Peeta seja finalmente revelado, e quem sabe, um casamento e um final feliz estejam à espera deles no fim do apocalipse.


Filme: Jogos Vorazes: A Esperança – O Final
Direção: Francis Lawrence
Ano: 2015
Gêneros: Ação/Ficção científica
Nota: 8/10