Comédia que vai encher seu coração de ternura e é a receita perfeita para animar seu domingo, na Netflix Ron Batzdorff / Open Road Films

Comédia que vai encher seu coração de ternura e é a receita perfeita para animar seu domingo, na Netflix

Após superar as preocupações iniciais sobre os aspectos mais básicos da criação dos filhos, como o cuidado com suas necessidades físicas e a adaptação ao ambiente escolar, as mães enfrentam uma série de desafios em cada fase da vida dos filhos. A adolescência traz consigo batalhas que parecem intermináveis, e a transição para a vida adulta, marcada pela entrada dos filhos no mercado de trabalho, gera incertezas e questionamentos sobre a eficácia da educação oferecida. À medida que os filhos começam a trilhar suas próprias carreiras, as mães esperam, com uma mistura de apreensão e esperança, que eles se estabeleçam e sejam bem-sucedidos.

Depois de atravessar todas essas etapas, surge a ideia de que as mães finalmente podem dedicar mais tempo a si mesmas, cuidando de seus interesses e realizando atividades que foram adiadas ao longo dos anos. Mas será que essa liberdade é realmente alcançada? O filme “O Maior Amor do Mundo” explora essa questão, revelando que o desejo de se afastar dos filhos, ou pelo menos das demandas que eles impõem ao cotidiano familiar, é uma realidade para muitas mães, e isso não precisa ser visto como algo trágico. Garry Marshall, em seu trabalho final, oferece uma visão empática sobre as dificuldades enfrentadas por pessoas comuns, que muitas vezes lutam para reconhecer suas próprias falhas e a conexão intrínseca entre a maternidade e essas imperfeições.

Ao longo de sua carreira, Marshall se especializou em retratar adultos que, de certa forma, se sentem desconfortáveis com as expectativas da maturidade. Em “O Maior Amor do Mundo”, vemos personagens que refletem essa tensão. Sandy, uma mulher de meia-idade vivida por Jennifer Aniston, lida com o fim de seu casamento e a entrada de uma nova figura feminina na vida de seus filhos. Embora tente manter uma fachada de autossuficiência, ela é consumida pelo ciúme e pelo medo de perder o afeto dos filhos para a nova companheira de seu ex-marido. Aniston brilha no papel, ofuscando os outros membros do elenco, incluindo Julia Roberts, cuja participação no filme parece um tanto forçada.

Outra personagem central é Miranda Collins, uma aspirante a celebridade da televisão que, em sua busca por sucesso profissional, opta por se distanciar da filha. No entanto, quando sua filha, interpretada por Britt Robertson, decide reencontrá-la, Miranda percebe que esse reencontro pode ter implicações inesperadas em sua carreira. Esse conflito interno, que poderia ser o ponto central do filme, acaba se perdendo em meio ao desejo de Marshall de entregar uma história divertida e acessível ao grande público.

O filme, que inicialmente parecia promissor em sua abordagem irônica sobre a maternidade, acaba sendo prejudicado por sua tentativa de agradar a todos os públicos. A superficialidade das relações retratadas e a falta de profundidade no desenvolvimento dos personagens fazem com que a mensagem se perca. “O Maior Amor do Mundo”, na Netflix, tenta abordar muitas questões ao mesmo tempo, mas falha em se aprofundar em qualquer uma delas. Se tivesse optado por focar em um único aspecto, o filme poderia ter oferecido uma crítica mais incisiva sobre as falhas e os desafios da maternidade, em vez de tentar abarcar tudo de forma superficial.


Filme: O Maior Amor do Mundo
Direção: Garry Marshall
Ano: 2016
Gêneros: Romance/Comédia
Nota: 7/10