Thriller de ação explosivo com Bruce Willis e Helen Mirren faturou 1 bilhão de reais nos cinemas e está na Netflix Divulgação / Summit Entertainment

Thriller de ação explosivo com Bruce Willis e Helen Mirren faturou 1 bilhão de reais nos cinemas e está na Netflix

O que pode acontecer quando um homem já experiente decide usar suas habilidades adquiridas ao longo de uma carreira perigosa para combater as injustiças que o cercam? Imagine, ainda, que ele não esteja sozinho nessa empreitada, mas acompanhado por antigos colegas de batalha, todos engajados em uma missão arriscada e, ao mesmo tempo, justificada por sua nobreza.

No entanto, como era de se esperar, a situação rapidamente se torna perigosa, e uma quadrilha de criminosos de alta periculosidade, bem conectada com os elementos mais corruptos do sistema, passa a persegui-los implacavelmente, determinada a silenciá-los. E quando as pessoas próximas a ele começam a sofrer as consequências, o dilema se intensifica.

Essas são algumas das questões centrais em “Red – Aposentados e Perigosos”, um filme dirigido por Robert Schwentke, que acompanha um ex-agente da CIA decidido a desmantelar uma rede de assassinos de aluguel que, por pouco, não lhe tirou a vida, ao mesmo tempo em que descobre que sua própria família está em perigo.

O roteiro de Erich e Jon Hoeber conduz o espectador por uma sequência de eventos repletos de absurdos, mas sempre mantendo o foco na trama principal: as loucuras do grupo liderado por Bruce Willis, em um de seus papéis mais icônicos, antes que a afasia o forçasse a se afastar das telas.

Bruce Willis, interpretando Frank Moses, traz um desempenho que remete aos papéis que o tornaram famoso, como em “Duro de Matar” e “A Fortaleza” (2021), este último dirigido por James Cullen Bressack e com o qual “Red”, na Netflix, compartilha uma curiosa semelhança, quase como uma sátira involuntária.

Schwentke equilibra cuidadosamente cenas abertas e fechadas, permitindo que o público perceba o caráter dual da narrativa, que espelha a personalidade complexa do anti-herói interpretado por Willis, uma característica que a montagem precisa de Thom Noble ajuda a destacar.

À medida que a história avança e Moses se vê incapaz de derrotar seus inimigos apenas com sua força de vontade inabalável, o diretor insere na trama os antigos companheiros de esquadrão de Moses. Victoria Winslow, a única mulher do grupo, e Joe Matheson, o único afro-americano, formam um time que, apesar de suas diferenças, nunca se torna objeto de tensão ou discurso moral, algo que o diretor evita, preferindo focar no ritmo adequado do filme.

Helen Mirren e Morgan Freeman, tanto em seus papéis quanto em suas vidas pessoais, encarnam uma dignidade que transcende as telas, enquanto John Malkovich, como o excêntrico Marvin Boggs, e Brian Cox, como o russo Ivan Simanov, contribuem para formar um quarteto memorável, cada um trazendo um charme particular ao elenco. A participação especial de Ernest Borgnine, então com 93 anos, reforça o tema central do filme: a resistência e a vitalidade que desafiam o tempo.

É uma ironia triste refletir sobre temas de envelhecimento e morte em um contexto que envolve Bruce Willis, um ator forçado a enfrentar o crepúsculo de sua vida profissional devido a uma doença cruel. Após uma carreira repleta de contribuições significativas, o eterno David Addison Jr. de “A Gata e o Rato” (1985-1989), série criada por Glenn Gordon Caron, certamente merece uma aposentadoria tranquila, sem ilusões. Quem sabe, em algum momento, ele não retorne?


Filme: Red – Aposentados e Perigosos
Direção: Robert Schwentke
Ano: 2010
Gêneros: Ação/Comédia
Nota: 8/10