Com roteiro de Chris Sparling e direção de Phillip Noyce, conhecido por “O Santo”, “O Colecionador de Ossos” e “Salt”, “A Hora do Desespero” demonstra a habilidade do cineasta em manter os espectadores na ponta do sofá. Com uma duração de apenas uma hora e vinte minutos, o longa-metragem acompanha Amy Carr (Naomi Watts), uma mãe que, em uma manhã aparentemente normal, sai para sua caminhada no parque. Durante o percurso, ela acompanha as notícias pelo celular e, em meio a várias ligações, descobre que a escola de seu filho adolescente, Noah (Colton Gobbo), foi invadida por um atirador.
Isolada em um bosque, Amy tenta chamar um carro por aplicativo, mas as estradas estão congestionadas devido aos bloqueios policiais. O veículo solicitado parece mais se afastar do que se aproximar. Todos a quem ela telefona para pedir ajuda estão distantes ou impossibilitados, colocando Amy em uma situação desesperadora.
Repleto de tensão e energia frenética, o longa-metragem se concentra quase inteiramente na performance de Watts, que carrega a história sozinha com uma atuação extremamente competente e envolvente. Tudo que sabemos sobre o que ocorre fora do bosque é mostrado do ponto de vista de Amy, por meio de informações da internet e contatos telefônicos com conhecidos, familiares e amigos. O desespero crescente da protagonista é palpável enquanto ela busca notícias sobre seu filho.
Enquanto tenta, desesperadamente, obter informações sobre Noah, que não atende o celular, Amy é contatada pelo detetive responsável pelo caso, que sugere a possibilidade de seu filho ser o atirador. Nas redes sociais de Noah, inúmeros vídeos sustentam a hipótese de que ele poderia ter iniciado o tiroteio. Amy começa a reconsiderar todo o histórico do filho para processar essa informação. No entanto, após receber uma breve ligação do filho, pedindo para ser salvo e dizendo que “alguém está se aproximando”, Amy tem certeza de que Noah é uma das vítimas do criminoso.
Decidida a chegar à escola a pé, enfrentando uma distância de praticamente uma hora, Amy inicia suas próprias investigações utilizando seu aparelho celular. Afinal, quem não se torna um pouco investigador com um smartphone na mão? Assim como qualquer pessoa comum, ela rastreia pessoas e consegue falar com o responsável pelo tiroteio no meio da ação.
“A Hora do Desespero” é uma daquelas histórias que nos envolvem completamente, fazendo-nos assumir o papel do protagonista. É difícil não nos imaginar em uma situação semelhante, refletindo sobre o que faríamos e pensaríamos. Uma coisa é certa: uma mãe é capaz de qualquer coisa pelo seu filho, e Amy não é diferente.
Oa suspense policial narra a história de uma perspectiva completamente única, focando intensamente em uma única personagem. “A Hora do Desespero”, no Prime Video, pode não agradar aqueles que não gostam de tramas centradas em um só personagem, já que Watts passa dois terços do filme interagindo sozinha e carregando a história com uma versatilidade e senso de responsabilidade admiráveis.
Filme: A Hora do Desespero
Direção: Phillip Noyce
Ano: 2011
Gênero: Suspense
Nota: 8