A mais bela história de amor em 130 anos de cinema: obra-prima de Rob Reiner está no Prime Video Divulgação / Columbia Pictures

A mais bela história de amor em 130 anos de cinema: obra-prima de Rob Reiner está no Prime Video

Rob Reiner, renomado por suas narrativas impactantes em filmes como “Conta Comigo” e “A Princesa Prometida”, presenteou o público dos anos 80 com a joia cinematográfica “Harry e Sally — Feitos Um para o Outro”. Este filme não apenas encantou audiências com sua astúcia e charme, mas também atingiu sucesso retumbante nas bilheterias e garantiu indicações ao Oscar, incluindo para Melhor Filme, destacando-se pelas notáveis performances de Billy Crystal e Meg Ryan.

A trama se desdobra começando com o encontro inicial de Harry e Sally em 1977, durante uma viagem compartilhada de Chicago para Nova York, logo após a graduação na Universidade de Chicago. Sally, com aspirações de se tornar jornalista, e Harry, um jovem ainda sem muitas ambições claras, estabelecem o cenário para um debate contínuo sobre se homens e mulheres podem ser apenas amigos, tema que permeia todo o filme.

Com o passar dos anos, as vidas de Harry e Sally se entrelaçam em momentos cruciais, desafiando suas concepções prévias sobre amizade e amor. Cada encontro fortuito, desde um reencontro casual no aeroporto até um momento decisivo em uma livraria, aprofunda a complexidade de seus sentimentos, revelando uma compatibilidade que transcende as convenções românticas.

O filme destaca-se por sua habilidade de mesclar humor com emoção profunda, marcado pelas atuações carismáticas e pela química entre Crystal e Ryan. Os diálogos são perspicazes e sensíveis, revelando a cumplicidade e a evolução emocional dos personagens de maneira orgânica e envolvente. A amizade entre Harry e Sally gradualmente transforma-se em um amor genuíno, numa transição capturada habilmente pela direção de Reiner, que utiliza a metrópole de Nova York como pano de fundo romântico.

A direção de Reiner é um estudo de caso em sutileza e empatia, habilmente orquestrando a progressão dos personagens de amigos a amantes. A câmera de Barry Sonnenfeld captura cada gesto e olhar, intensificando a intimidade entre os personagens. Além disso, o design de produção de Jane Musky e a cinematografia de Sonnenfeld enriquecem visualmente o filme, com uma Nova York quase etérea que reflete as nuances dos encontros dos personagens.

Os papéis coadjuvantes, interpretados por Carrie Fisher e Bruno Kirby, são tratados com igual importância, proporcionando uma camada adicional de autenticidade e ressonância. Fisher, em particular, brilha como uma mulher lidando com relacionamentos fadados ao fracasso, enquanto Kirby oferece um contraponto masculino que é tanto robusto quanto emocionalmente acessível.

A trilha sonora, composta por clássicos românticos, incluindo canções de Louis Armstrong e Frank Sinatra, não só amplia a atmosfera do filme, mas também reforça os temas de amor e amizade. A música de Sinatra, “It Had to Be You”, ressoa como um leitmotiv, sublinhando a inevitabilidade do amor de Harry e Sally.

O clímax do filme ocorre em uma festa de Ano Novo, onde Harry finalmente declara seu amor por Sally, em um discurso emocionante que não apenas solidifica seu vínculo, mas também captura o coração dos espectadores. Este momento culmina com a famosa citação de “Casablanca”, sugerindo que a amizade excepcionalmente rica entre eles é apenas o começo de um romance profundo e duradouro.

“Harry e Sally” destaca-se pela habilidade de Reiner em explorar temas universais com uma perspicácia que é tanto atemporal quanto profundamente relevante. É uma celebração da complexidade das relações humanas, habilmente tecida em uma narrativa que é tão envolvente quanto emocionalmente autêntica, deixando uma impressão duradoura de contentamento e alegria em seus espectadores.


Filme: Harry e Sally — Feitos Um para o Outro
Direção: Rob Reiner
Ano: 1989
Gêneros: Romance/Comédia
Nota: 10/10