O filme de maior bilheteria da carreira de Meryl Streep está na Netflix Divulgação / Universal Pictures

O filme de maior bilheteria da carreira de Meryl Streep está na Netflix

A produção de “Mamma Mia!” é um deleite para os aficionados por musicais e, evidentemente, para os fãs do grupo ABBA. Phyllida Lloyd transformou o espetáculo original de Catherine Johnson, que estreou em Londres em 6 de abril de 1999, em um filme que mantém a aura mágica criada pelos suecos Agnetha Fältskog, Björn Ulvaeus, Benny Andersson e Anni-Frid Lyngstad durante os anos 70 e 80. A trama se desenrola em 108 minutos repletos de sucessos da banda, narrando a história de uma mulher independente e seus três romances em pouco mais de um mês, gerando o conflito central do roteiro escrito pela própria Johnson.

Como frequentemente acontece em musicais, os números de canto e dança podem cansar os que não apreciam melodias românticas e açucaradas que tratam de amor, alegria de viver e, surpreendentemente, como a situação financeira afeta essas emoções. No entanto, a afinação do elenco compensa o possível tédio daqueles que assistem ao filme sem muita vontade, e em determinado momento, “Mamma Mia!” consegue superar as expectativas.

O filme começa com uma voz feminina cantando sobre sonhos enquanto rema um barco ao luar na Grécia, uma abertura estratégica para capturar a atenção dos mais resistentes. Sophie, a jovem protagonista, é filha de Donna, dona de um resort na fictícia Kalokairi, uma ilha no meio do mar Egeu. Prestes a se casar com Sky, interpretado por Dominic Cooper, Sophie descobre em um diário da mãe que Donna teve três amantes no período em que Sophie foi concebida. Determinada a descobrir quem é seu pai, Sophie convida os três homens para seu casamento, criando um cenário repleto de situações cômicas e emocionantes.

“Mamma Mia!” avança em duas direções inicialmente opostas, mas que eventualmente convergem. Lloyd foca primeiro na relação entre Donna, Rosie e Tanya, personagens de Meryl Streep, Julie Walters e Christine Baranski, que trazem camadas inesperadas para um musical que fez sucesso tanto no West End quanto na Broadway. As complexidades e inseguranças de cada uma dessas mulheres são exploradas, destacando suas personalidades distintas e bem-sucedidas.

Donna, avessa a compromissos e rotinas monótonas, apresenta uma visão de mundo que contrasta com a de sua filha Sophie, que valoriza a estabilidade e a segurança. No núcleo masculino, Pierce Brosnan se destaca ao interpretar “SOS” em dueto com Streep, enquanto Colin Firth e Stellan Skarsgård adicionam profundidade dramática à narrativa, um elemento que se torna mais evidente na sequência “Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo!” (2018), dirigida por Ol Parker.

O filme não apenas celebra a música do ABBA, mas também explora temas de independência, amizade e a busca pelo amor verdadeiro, tudo ambientado em um cenário deslumbrante que só aumenta o encanto da história. “Mamma Mia!”, na Netflix, é, sem dúvida, uma produção que consegue entreter e emocionar, oferecendo uma experiência que vai além de um simples musical.


Filme: Mamma Mia!
Direção: Phyllida Lloyd
Ano: 2008
Gêneros: Musical/Comédia
Nota: 8/10