Último filme da franquia de anti-herói mais famosa do cinema, com Vin Diesel, acabou de chegar à Netflix Divulgação / Universal Pictures

Último filme da franquia de anti-herói mais famosa do cinema, com Vin Diesel, acabou de chegar à Netflix

Numa galáxia não muito longe daqui, um povo escraviza civilizações valendo-se da força. Dotado de um exército diferente de qualquer outro, essas criaturas atravessam as estrelas em direção ao SubVerso, sua terra prometida, constelação de novos mundos sombrios. Chefiados pelo Lorde Supremo, o único a cruzar os portões do SubVerso, e regressar, como uma criatura transformada, metade vivo, metade outra coisa, os Necromongers não abrem mão de Helion, o planeta mais rico do sistema de mesmo nome, uma ilha de prosperidade em meio a uma massa de calor e areia. “Riddick 3”, o terceiro filme da jornada de um homem em busca de uma liberdade cada vez difícil, encerra a franquia primando pela cadência delirante da história iniciada treze anos antes. David Twohy continua investindo na performance de Vin Diesel, e não há nenhuma grande novidade digna de comentários especiais, embora, este seja, como se pode supor, um enredo que depende da cumplicidade de quem assiste.

Riddick derrotara sozinho um navio de guerra Necromonger, enquanto luta por sua sobrevivência em Crematórios, em seu exílio de Helion, um lugar onde o sol inclemente fulmina tudo a cada quarto de hora — malgrado ninguém jamais explique como o ar se mantém respirável. O Lorde Marshal de Colm Feore é o tirano da vez, e Aereon, a veterana entre os Elementais, observa a ruína que se apodera de tudo, sem que nenhuma outra grande serventia na trama que não seja imprimir algum sinal de confiança por meio de sua intérprete. Este é um filme eminentemente visual, em que a computação gráfica tem o papel de catalisar os sentimentos que histórias assim despertam. O desconforto fundamental de Riddick fica patente, por exemplo, nos golpes rápidos que desfere contra um adversário e o seguinte, lances que o diretor fragmenta o quanto pode, como se vê nas histórias em quadrinhos, também remetendo o espectador à franquia “Matrix” (1999-2021), de Lana e Lilly Wachowski. Nada muito original, mas efetivo.

Agora, o escravizado, com um Diesel especialmente persuasivo, luta contra os caçadores de recompensas que querem-no vivo ou morto — apesar de seu cadáver valer mais. Santana, o vilão de Jordi Mollà, continua forte, mas Riddick não deixa por menos, mesmo quando seu imenso cativeiro vira uma invencível escuridão chuvosa. Bem ao gosto do cinema macho.


Filme: Riddick 3
Direção: David Twohy
Ano: 2013
Gêneros: Ação/Ficção científica
Nota: 8/10

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.