Consideremos discurso como uma forma fundamental para a política. O discurso mobiliza, organiza e produz direções e formas a partir das quais um campo político se estabelecerá como espaço de sentidos e tendências. O discurso organiza lugares, posições e funções, aparelhando modos de satisfações no interior dos laços sociais.
Faz alguns anos que um discurso passou a circular na retórica dita “científica” brasileira, configurando uma atualidade ideológica que funciona a partir de um modelo de mercado. É o que chamamos de Negacionismo Crítico. Um discurso que, partindo de uma posição de autoridade de saber, se reproduziu e reverberou como discurso geral, indo até as vias mais comuns dos diálogos cotidianos e de muitos influencers de divulgação científica. O crescimento dessa retórica é cifrado por algoritmos que demarcam os tipos mais rentáveis de conteúdos produzidos.
Um exemplo notório do negacionismo crítico protagonizou, anos atrás, a proposta de se eliminar o ensino de filosofia e sociologia das escolas. Essa proposta efetiva um processo de desidratação de áreas críticas nos currículos de ensino médio e universitário nas últimas décadas. Trata-se de um sintoma que se articula com o negacionismo crítico, no contexto de mercantilização do ensino, na qual se considera os campos de conhecimento reflexivos e críticos como desperdício de tempo. A mercantilização do ensino determina formas de relação com a realidade às quais as pessoas devem se adequar, em alinhamento pleno com as demandas do mercado.
Há um imperativo de formação profissional que mede por tempo, pontuações e títulos, o percurso da formação educacional. Assim, os campos críticos passam a ser entendidos como “viagens”, perdas de tempo, doutrinação ideológica, “filosofias”, ou mesmo tomados como inutilidades críticas. É um âmbito de produção e tarefismo formado no esquadro do olhar para uma formação crítica nas universidades brasileiras, salvo poucas exceções. Efetiva-se, assim, uma estratégia de apagamento sistemático da perspectiva crítica de superfície social em que, no campo da produção de conhecimento, o retorno financeiro se sobrepõe ao retorno social. Logo, seria aceitável, por exemplo, as universidades públicas e os centros de pesquisa serem pautados somente por exigências de mercado, ou elas teriam como um de seus papéis o questionamento de problemas éticos, sociais, educacionais e de saúde, produzidos como efeitos da própria cultura de mercado, por exemplo?
Negacionismo crítico é a forma a partir da qual o discurso científico é pervertido no intuito de esvaziar a potência crítica de um pensamento. É um artifício de sequestro discursivo/conservador aperfeiçoado como campo lexical, semântico e ideológico que, como um Cavalo de Troia inoculado no interior de embates retóricos na política, esvazia a função crítica de setores do conhecimento à revelia de poderes instituintes. Isso implica em um ataque por meio de descrédito de modelos teóricos consolidados no pensamento crítico ocidental. Um ato deliberado deste tipo de retórica que produz obscurantismo sobre as pessoas ao propagar o esvaziamento de saberes.
Talvez os casos mais explícitos sejam os ataques ao modelo materialista dialético, ao modelo psicanalítico e ao modelo pós-estruturalista. Nos dois últimos casos, temos uma clara escaramuça que consolida uma contrarreforma psiquiátrica que restitui um prestígio a uma psiquiatria hospitalocêntrica, a um modelo de medicalização da vida, de patologização das relações, a uma psicologia subserviente à medicina, e a essencialização do sofrimento psíquico como uma metafísica biológica “baseada em evidências”, a partir de uma supra interpretação. Uma interpretação acima de todas, depurada de enganos, supra-hermenêutica, que é a verdadeira ciência, acima de qualquer debate.
O que chamamos de Negacionismo Crítico não é algo novo. Ele remete ao que Alain Badiou nomeou enquanto a agenda política do sujeito obscuro ou o que Marilena Chauí observou como Discurso competente. O discurso competente é “aquele que pode ser proferido, ouvido e aceito como verdadeiro ou autorizado (estes termos agora se equivalem) porque perdeu os laços com o lugar e o tempo de sua origem”. Neste sentido, o Discurso competente é o discurso instituído que torna possível, por meio de uma ideologia, a inutilização de interrogações acerca do presente.
O negacionismo crítico é um discurso competente, pois torna possível deslocar, na ideologia, ideias fora do tempo, apesar delas se referirem ao presente. É algo visível na omissão histórica tão comum em diversos debates no campo da saúde mental, psicologia e psiquiatria. Um exemplo claro da omissão histórica no negacionismo crítico é a rejeição à crítica que reposiciona categorias diagnósticas via manuais descritivos, em um contexto de medicalização da vida. Como consequência, o sofrimento psíquico vira commodity representada por setores obedientes ao mercado, a partir da mera produção de dados. Logo, este é um exemplo de um discurso competente em afirmar ideias deslocadas de sua genealogia, demarcando o que Chauí apontou como “diferença entre o histórico ou instituinte e o institucional ou instituído”.
O negacionismo crítico se disfarça de um julgamento científico, como campo instituído, no qual uma certa ideia de método, rigor e objetividade sustentam a noção comum e metafísica de exatidão e dotando um peso imaginário de verdade, ante a um discurso crítico que seria ideológico e meramente interpretativo. Ou seja, é uma desautorização do discurso crítico sistemático. Ao atribuir o predicativo de “ideológico” toma os discursos que se debruçam sobre as interrogações das indeterminações do presente a partir de um discurso instituído. Por isso, o negacionismo crítico teme o que tem potência instituinte e fundadora. É um traço conservador de status de poder que pressiona para incorporar contrapontos com força inaugural com possibilidade de mudar o estabelecido. O negacionismo crítico sustenta uma pseudo-crítica que funciona como um falseamento discursivo, uma tática retórica que sustenta uma aparente organização de um ideário, mas por se alçar como não-ideológico ou para além do ideológico — o que é estritamente ilusório —, essa tática apenas tenta disputar a narrativa ideológica vigente e substituí-la por uma diferente que cumpra com os interesses de poder dos que a defendem.
O negacionismo crítico é, ele próprio, um produtor de interpretação. Propondo um saber pseudo-evidente a partir da aplicação acrítica de regras, institui convicções gerais sobre comportamento humano, verdade, saúde/doença, tecnologia, política, economia e tudo mais. Sem perspectiva crítica, falha por retomar, repetir e aplicar modelos muitas vezes datados, do ponto de vista epistemológico, ora tendendo para uma metafísica da verdade “clara e evidente” cartesiana mal compreendida, ora para um ceticismo que faria David Hume gargalhar, ou um experimentalismo digno de um Skinner esquálido e obediente. Isso sem falarmos de uma perspectiva de história inexistente e rejeitada como princípio, assim como a repulsa aos apontamentos incontornáveis das epistemologias interseccionais, que sintetizam o papel importante da crítica em meio ao conservadorismo de razão eurocêntrica/ocidental/heteronormativa.
O negacionismo crítico sustenta-se em uma ideia de ciência baseada em um determinismo analógico, do tipo correlacional e que acredita que dados falam por si mesmos e que não há qualquer lógica interpretativa que se deva colocar em questão: déficit de serotonina em ratos isolados lhes causa depressão, logo, em humanos, depressão é causada por déficit de serotonina.
Não se trata de rejeitarmos o viés que esse tipo de discurso cria, mas de apontar, sob crítica, o fato do negacionismo crítico tentar calar modelos críticos consolidados historicamente, a partir de um traje de rigor moral e de objetividade. É aqui que o negacionismo crítico, disfarçado de crítica a saberes ideológicos, deixa escondida a sua vocação ideológica, como uma mercadoria vendida sob o verniz de cientificidade. Não nos enganemos, essa é a realidade geral da produção científica em nosso tempo, que é a produção de dados a partir da rejeição de uma gramática crítica capaz de autorreflexão.
Ao falarmos de crítica, nos referimos a algo diferente de falar em nome da “verdade”. Dotar o princípio de verdade, um sentido de que ela existe acima e independente de nós, é retornar a um modelo metafísico/religioso que faz sucesso em um país que, cada vez mais, acredita em religião e desconfia de ciências. Aqui está uma encruzilhada que o negacionismo crítico aproveita muito bem. Por advogar por essa ideologia de uma verdade discursiva absolutista, alinha qualquer outro discurso àquilo que, no fundo, se identifica. Assim, os modelos críticos podem ser chamados de pseudociência, pois, por não contarem com uma ideia de método e objetividade, só podem ser discursos abstratos ou fantasiosos.
Assim, o modelo de discursividades críticas que não cabem ao que está ideologicamente apaziguado, tanto por uma compreensão pasteurizada de ciência quanto pelo que já é reproduzido pelo capitalismo enquanto “normal”, são rechaçados e excluídos enquanto modelos pouco rigorosos. Entretanto, é na realidade que se encontra a radicalidade da potência crítica, em seu impulso de problematizar a realidade posta, com rigor e metodologia, às últimas consequências, como é o caso específico da psicanálise para a subjetividade e do marxismo para as relações socioeconômicas.
É notável que atribuir a um discurso crítico a qualidade de fantasioso é a profilaxia que evita, nega, rejeita ou ignora o fundamento de uma crítica. O que está em jogo aqui é elevar o “dado” ou a “evidência” a um estatuto de transcendência acessada somente pelo próprio discurso que a produz, funcionando como uma reserva de mercado/poder, em um ordenamento hipostasiado de mundo. Trata-se de uma maneira de lidar com o saber que reinsere metafísicas sobre a realidade, um processo pernicioso que afasta-se dessa produção do criticismo e encastela-se enquanto processo único de produção de ciência. O caráter viciado da produção de ciência “boa” pasteurizou-se epistemologicamente, transformou a autoridade de saber em autoritarismo do pensamento, o que apenas retroalimenta o campo do pensamento a partir de uma perspectiva metodológica de linha de produção de dados na qual se suprime o sujeito.
No entanto, a crítica, dentre às várias formas possíveis de definição, aponta para os discursos na direção da produção de saberes. Não é o dado em si, ou a evidência, é o simples fato de que não existe nada “em si” e todo dado, objeto, evidência, mundo, é mediado por um discurso: há linguagem. Logo, a crítica se volta para o discurso. Trata-se de um discurso sobre outro discurso. É mínimo compreender que a estabilidade de um saber é disputada sempre pela dimensão de suas críticas. Ou como Roland Barthes melhor coloca: “é uma linguagem segunda ou metalinguagem (como diriam os lógicos), que se exerce sobre uma linguagem primeira (ou linguagem-objeto)”.
É uma senda constituída por uma relação da linguagem crítica com o objeto observado — o autor, sua obra, a teoria, o texto, o estudo, um campo semântico discursivo, por um lado. Por outro, a relação desse objeto com o mundo, suas ressonâncias, efeitos, sintaxes, padrões, práticas e hábitos sociais no horizonte de relações com o mundo, levando em conta, até mesmo, a constituição dos desejos. Portanto, há uma lógica, nos moldes da lógica propriamente dita, que se funda a partir da disjunção entre linguagem-objeto.
Entende-se, diante disso, o motivo pelo qual a “verdade” é um termo de disputa. A ideia de verdade está, como senso comum, na valência ou não de determinado discurso. O esforço estratégico do negacionismo crítico é de esvaziar e enfraquecer as formas de pensar a dimensão de verdade, nos mais diversos campos do pensamento, inviabilizando suas operações e transformações sobre a realidade. Assim, a verdade pode ser elevada à condição de bem de consumo, de posse dos que a detêm. Reside, nisto, a astúcia que retira a verdade da sua forma lógica, como uma função, tornando-a um objeto de circulação cujo valor é condicionado pelo discurso que a possui como índice de poder.
Se o negacionismo científico advoga por uma verdade hipostasiada, a ciência, de certa forma, ao mostrar que há coisas no mundo que não funcionam dessa forma, pode ou não incorrer na sedução da autoridade de quem leva a chama de Prometeu aos humanos irracionais. Sedução há muito observada por Nietzsche, em sua “Genealogia da Moral”, ao falar que os ideais ascéticos da religião são destruídos pela ciência, mas que esta institui os seus próprios ideais ascéticos. Enfim, a exigência de verdade do cristianismo matou a religião e consagrou a ciência!
Mas de Nietzsche até hoje, parece que vivenciamos mesmo os tempos do triunfo da religião, um exemplo de retorno do recalcado no social, o discurso científico apaixonado por si, passou a absolutizar-se discursivamente e perdeu-se numa religiosidade de seu próprio discurso, não mais explorando ou desbravando epistemologicamente a realidade de maneira criativa, transformando o mundo à nossa volta por abraçar seu criticismo de maneira rigorosa. Mérito este que fundou a ciência enquanto campo e que hoje não passa de uma sombra de seu passado na história.
A crítica sempre serviu de motor reflexivo da própria ciência, justamente por fazer essa remissão ao fundamento lógico formal, que é o de tratar de validade e não de verdade. É um trabalho reflexionante que implica assumir uma resistência à positividade do instituído. É o que permite ao exercício crítico transformar algo que lhe é externo, resistente e opaco, elevando-o ao estatuto de não-saber, isto é, a experiência imediata que, diante da obscuridade, convoca o trabalho de clarificação.
Assim, não é questão de que algo seja verdadeiro ou falso, mas se é válido ou não de acordo com o sistema de signos que engendra. Um exemplo disso é observado no texto de Chauí sobre o mito da não violência do brasileiro. A filósofa faz uma extração da forma retórica dos usos do conceito de mito para estabelecer a forma sistemática como o vocabulário sobre violência é empregado pelos meios de comunicação brasileiros. Uma tarefa que revela uma contradição entre a ideologia de um Brasil cordial e uma realidade brutal mascarada pelos discursos.
A crítica é um discurso que está voltado para a forma como o sistema de signos de um discurso organiza elementos que incidem sobre o mundo empírico. Logo, o que pretende com a crítica não é dizer se um discurso está certo ou errado, mas de elaborar uma linguagem coerente, lógica e sistemática que possa recolher e integrar (descrever a acumulação de grandezas e suas taxas de variação) a maior quantidade possível de contradições e de relações entre os elementos de um discurso. A crítica é, sobretudo, uma questão formal. Ela se debruça sobre o ajuste de um certo discurso cujo sistema formal é elaborado pelo seu autor ou campo.
Resumidamente, o que incide como algo insuportável para o negacionismo crítico é o que se aponta e aparece como uma espécie de inconsciente presente no discurso. Algo que nem o emissor do discurso percebe, pois não é comum que se preocupe com a gramática a partir da qual se produz um discurso.
Se o negacionismo científico é uma forma bem caracterizada, o negacionismo crítico é uma forma fugidia e disfarçada, apesar de ter uma forma muito comum. A oposição entre ciência e religião é muito fácil de se identificar, no entanto a forma ideológica de esvaziar a crítica é difusa e diluída só ficando evidente a partir da detecção da gramática ideológica que a compõe.
Adorno e Horkheimer, ao falarem de ideologia, comentam que há uma adaptação à mentira, ao mesmo tempo em que se enxerga através de seu manto. É nesse sentido que o sequestro da ciência e sua corruptela como um discurso de autoridade da verdade, pelo negacionismo crítico, configura-se como uma forma de cinismo contraditório.
Aqui nos referimos à prática cínica apontada por Safatle que discute a interpretação marxista de Žižek de que “eles sabem o que fazem, e ainda assim o fazem”, prática esta que ocupa-se de formular narrativas que harmonizam e tornam suportável essa diferença entre os dois níveis de discurso ou de falas contraditórias. O cinismo não é uma dissimulação, uma má intencionalidade em relação à verdade, mas uma postura capaz de ofuscá-la, de manter dentro da razão sistemas contraditórios, paradoxais, sem compromisso responsável em transformar tais contradições postas na realidade e que visa manter o embrutecimento das sensibilidades e conservar a realidade posta em nome de uma resignação que lhe favoreça, seja por medo do novo ou por interesses ulteriores.
O cinismo do negacionismo crítico sustenta a “contradição performativa com os critérios normativos de julgamento intersubjetivamente partilhados e presentes no saber da consciência”. Assim, entre o lugar legítimo de uma prática científica e uma prática ideológica de produção de discursos inconsistentes, o negacionismo se aproveita do pânico moral, pulverizando a ideia de discursos prontos para enganar incautos, para repetir uma forma de terror. Ainda com Adorno e Horkheimer: “A ideologia já não é mais um envoltório, mas a própria imagem ameaçadora do mundo. Não só pelas suas interligações com a propaganda, mas também pela sua própria configuração, converte-se em terror”.
Quando Deleuze identifica a esquerda como o conjunto dos processos de devir minoritário, ou seja, um discurso sempre posto na posição de minoria no poder, a contradição como devir, ele configura um certo tipo de discurso que atualmente caracteriza o inimigo político ou o incomodante crítico. Toda a retórica de criminalização da esquerda tem como alvo algo que precisa passar por uma deslegitimação e desqualificação, a partir de um outro discurso que o subjuga. É a forma de constrangimento de saberes à revelia, que denota o que Foucault apontou em sua “Genealogia do Poder”, e que vemos hoje como o campo da então chamada esquerda, se constrange em assumir este nome e passa a adotar o termo “progressista” para dar contornos às próprias posições.
Nesse sentido temos uma equiparação e equivalência de uma ideia de pensamento de esquerda com a ideia de pensamento crítico. Não é à toa que podemos entender como um sintoma de nossa época, o negacionismo crítico funcionando como uma vacina ao discurso de esquerda/crítico.
Óbvio que essa vacina não poderia vir pela via do discurso religioso, pois este não possui prestígio ainda reservado para o pensamento científico, em uma classe intelectual ou na camada mais escolarizada da população. Mais do que isso, ciência e religião são dois mercados com públicos diferentes, que às vezes se misturam e se entrecruzam, mas ainda assim são diferentes.
Foucault nos lembra que a crítica é uma “arte de não ser governado ou ainda arte de não ser governado assim e a esse preço”. O prestígio de ser “cientista” implica na docilidade em se deixar governar por um métier e etiquetas instituídas que sempre apontam para pontuações curriculares e verbas graúdas de pesquisa. Isso não quer dizer que as ciências não tenham um papel fundamental e incontornável em nosso mundo. Muito menos, a importância crucial de pessoas que operam ciências. Mas é preciso insistir no papel da crítica como um contrapeso às vaidades tão comuns em cientistas que se transformam em sacerdotes da verdade.
Por isso, a tarefa da crítica sempre tem algo de trágico e arriscado, pois sua direção é sempre a da contradição, daquilo que falha, do que resiste ao conservadorismo do poder. Uma coragem trágica para uma tarefa incômoda, mas sem a qual os avanços das ciências estariam disjuntos da dimensão ética, no sentido forte do termo, distinto da mera obediência acrítica a um código de regras e coerente com a autorreflexão e crítica sobre si mesmo. É o que separa as ciências de uma instrumentalização apática de procedimentos.
Enfim, a crítica deve acolher a inadequação como um efeito lógico de discursos, e cumprir a obrigação ética de devolver o que está à revelia do instituído. Isso é o que nos separa da repetição de erros do passado…