Visto por 30 milhões de pessoas nos cinemas, um dos maiores sucessos da carreira de Tarantino está no Prime Video Divulgação / Miramax

Visto por 30 milhões de pessoas nos cinemas, um dos maiores sucessos da carreira de Tarantino está no Prime Video

“Bons artistas copiam, grandes artistas roubam”, a frase atribuída ao artista Pablo Picasso não exatamente corrobora com o plágio, mas reconhece que grandes ideias necessitam de inspiração, elas não surgem do nada. Há décadas rebatendo acusações de plágio, Quentin Tarantino, que copiou diálogos inteiros de cenas de filmes que admira, dificilmente plagiou. Aliás, se há algo inegável no caráter de sua arte é sua autenticidade. E isso quer dizer que, por mais que ele tenha usado muitos elementos de outros trabalhos, ele conseguiu criar algo completamente novo e com seu próprio estilo.

Seu último filme, “Era Uma Vez em Hollywood”,  já tem cinco anos de lançado e não há previsão de outro, além de uma série de televisão e um curta-metragem. Por mais que seu estilo tenha se tornado icônico, arrebanhando fãs por todo o mundo, Tarantino também encontra diversos opositores de seu trabalho.

Há quem o acuse de glamourização da violência excessiva; em “Django Livre”, ele foi criticado pelo abuso de palavrões e palavras ofensivas contra negros; ele também já foi apontado como machista no set, pressionando mais suas atrizes mulheres; além de suas diversas parcerias com Harvey Weinstein, condenado por assédio sexual nos Estados Unidos.

Um de seus trabalhos mais admirados, e que também está no centro de todas essas polêmicas, é “Kill Bill Vol. I”, lançado em 2003. Com uma arrecadação de seis vezes o próprio valor nas bilheterias, o longa-metragem ainda recebeu indicação para 103 prêmios, incluindo cinco prêmios Bafta e um Globo de Ouro. Incluído na lista dos 200 melhores filmes da história do cinema, o thriller de ação e artes marciais é um marco de sua carreira.

O enredo gira em torno de Beatrix Kiddo (Uma Thurman), uma ex-assassina profissional que integrava o Esquadrão Assassino de Víboras Mortais, um grupo formado pelos maiores e mais habilidosos assassinos profissionais do planeta. O esquadrão é chefiado por Bill (David Carradine), com quem Beatrix Kiddo, que no grupo era conhecida como Black Mamba, já viveu um romance.

Grávida de Bill, Beatrix decide deixar a vida subvertida do crime e tentar viver como uma mulher comum com outro homem. No entanto, durante a cerimônia de seu casamento em uma pequena capela no deserto de El Paso, no Texas, os assassinos de Bill assassinam os convidados e atacam os noivos e o padre, fazendo um verdadeiro massacre. Beatrix é a única sobrevivente, mas ela fica quatro anos em coma após levar um tiro na cabeça.

Após despertar, Beatrix descobre que perdeu o bebê. O atentado desperta um verdadeiro e genuíno desejo por uma vingança implacável. Tanto o primeiro filme quanto o segundo, “Kill Bill Vol. II” giram em torno de seus encontros com diversos assassinos que participaram do massacre. Cenas incrivelmente planejadas e coreografadas de artes marciais tomam conta da maior parte da história.

A identidade visual do filme, especialmente dos trajes de Beatrix, são inspirados por Bruce Lee em seu papel “Game of Death”. Ela utiliza um macacão amarelo e um tênis Asics, que se assemelham com os de Lee no longa-metragem citado.  Ela enfrenta os vilões Vernita Green (Vivica A. Fox), O-Ren Ishii (Lucy Liu) e a Gangue dos 88.

As cenas extremamente dinâmicas e estilizadas são recheadas de coreografias inspiradas pelo karate, kung fu, judô, taekwondo, aikido e esgrima. As coreografias de lutas foram criadas por Yuen Woo-ping e sua equipe, o mesmo de “Matrix” (1999).

“Kill Bill”, no Prime Video, é uma obra-prima pela personalidade do filme, a estética inspirada em filmes de samurais dos anos 1970 e 1980 do cinema asiático e nos clássicos de artes marciais. Uma mistura de comédia, drama e ação, o longa-metragem possui uma das protagonistas mulheres mais fortes e marcantes da história do cinema.


Filme: Kill Bill Vol. I
Direção: Quentin Tarantino
Ano: 2003
Gênero: Ação/Crime
Nota: 10