Inspirado em obra imortal de Steven Spielberg, sucesso global da Netflix já foi visto por mais de 90 milhões de pessoas Sofie Gheysens / Netflix

Inspirado em obra imortal de Steven Spielberg, sucesso global da Netflix já foi visto por mais de 90 milhões de pessoas

O rio Sena, com uma extensão de quase 800 quilômetros, serpenteia pelo norte da França, atravessando a cidade de Paris antes de desaguar no Oceano Atlântico. Suas águas, aparentemente tranquilas, escondem um segredo aterrorizante: a presença de tubarões. Este é o tema central do novo filme da Netflix, “Sob as Águas do Sena”, dirigido por Xavier Gens e coescrito por Gens, Maud Heywang e Yannick Dahan, que transforma um pesadelo em realidade.

Em “Sob as Águas do Sena”, Gens usa o absurdo, um elemento frequente em muitos filmes de Hollywood, que o público ainda consegue apreciar. Assim como em diversos suspenses de ação que colocam criaturas em cenários inesperados, o filme mexe com nossos medos de maneira quase cômica. Porém, vai além do mero entretenimento, tentando transmitir uma mensagem ambientalista, o que adiciona uma certa profundidade à trama.

A protagonista, Sofia (Bérénice Bejo), é uma ativista e mergulhadora que lidera uma equipe em uma arriscada expedição para documentar uma vasta mancha de lixo no Pacífico. Durante a missão, alguns mergulhadores exploram o fundo do oceano para relatar a negligência humana em relação ao meio ambiente. No entanto, além da poluição, eles se deparam com um perigo letal: um tubarão voraz que ataca e mata os mergulhadores com facilidade. Sofia, que observa tudo pelas câmeras, decide mergulhar para tentar salvar alguém, mas quase acaba perdendo a própria vida.

Três anos depois, Sofia trabalha como guia turística. Uma jovem ativista a aborda com a notícia de que um tubarão monitorado, apelidado de Lilith, foi localizado nas águas do Sena. Relutantemente, Sofia é atraída de volta à ação, enfrentando novos perigos que colocam sua vida em risco. Ela tenta alertar as autoridades parisienses sobre a presença de Lilith, que agora ameaça a segurança das pessoas que frequentam o Sena. Além disso, a ameaça precisa ser neutralizada antes dos Jogos Olímpicos de 2024, que incluirão provas de natação no rio.

O filme de Gens claramente se inspira em clássicos como “Tubarão”, “Serpentes a Bordo” e “Godzilla”. Ele mistura esses elementos com a estética do gore, do trash e dos filmes B, resultando em uma aventura que é ao mesmo tempo assustadora e divertida. É interessante ver o estilo americanizado de cinema em um cenário diferente, com outro idioma e um elenco diversificado.

Embora “Sob as Águas do Sena” não possa ser considerado um grande filme, ele possui seu valor. A recepção crítica do filme destaca problemas na execução, mas para os entusiastas do gênero, ele oferece um entretenimento agradável. A experiência mistura suspense, horror e drama, proporcionando diversão apesar de suas falhas.

O filme utiliza a cidade de Paris e o icônico rio Sena como pano de fundo para criar um cenário onde o inimaginável se torna real. Gens consegue, com habilidade, transformar um ambiente familiar em um palco de terror, explorando os limites entre a realidade e a fantasia. As cenas subaquáticas são particularmente bem-feitas, trazendo uma sensação de claustrofobia e perigo iminente que mantém o espectador tenso.


Filme: Sob as Águas do Sena
Direção: Xavier Gens
Ano: 2024
Gênero: Ação/Drama/Terror
Nota: 8/10