Com Brad Pitt e Margot Robbie, superprodução indicada a 161 prêmios, incluindo 3 Oscars, está na Netflix Scott Garfield / Paramount Pictures

Com Brad Pitt e Margot Robbie, superprodução indicada a 161 prêmios, incluindo 3 Oscars, está na Netflix

Damien Chazelle tem apenas 39 anos de idade e oito filmes no currículo, mas seu nome já é gabaritado em Hollywood. Seu segundo longa-metragem foi “Whiplash: Em Busca da Perfeição”, ganhador de três Oscars e outros 95 prêmios. Em seguida, ele emplacou com “La La Land: Cantando Estações”, uma homenagem à Sétima Arte, que levou seis Oscars, incluindo o de Melhor Direção para Chazelle. Os sucessos seguintes foram “O Primeiro Homem” e “Babilônia”, que está disponível na Netflix.

“Babilônia” teve três indicações ao Oscar, aclamação da crítica e um elenco estelar. Com mais de três horas de duração, o longa-metragem renova a homenagem de Chazelle ao cinema, mas desta vez com um olhar muito mais sombrio do que no romântico “La La Land”. O filme acompanha três personagens que possuem arcos independentes, embora suas histórias se cruzem.

Jack (Brad Pitt) é um veterano do cinema mudo que vê seu mundo desmoronar quando ocorre a transição para o cinema falado. No auge da carreira e imensamente admirado, ele não consegue se adaptar com facilidade ao cinema sonoro, percebendo que seu estilo de atuação talvez esteja defasado em relação às novas tecnologias. Enquanto luta para manter sua relevância, ele percebe a vulnerabilidade da carreira e a efemeridade da fama.

Já Nellie LaRoy (Margot Robbie) é uma novata cheia de talento e personalidade. Após estrelar seus primeiros papéis ousados, Nellie se vê em uma ascensão meteórica no meio artístico, mas talvez ela não esteja emocionalmente preparada para enfrentar a fama. Ela chega ao período de transição para o cinema falado e consegue se adaptar com facilidade, mas seu comportamento errático começa a prejudicar sua imagem.

Nellie abusa de drogas, é viciada em jogos e quer provar constantemente que está no controle da própria vida, tomando decisões precipitadas e autodestrutivas. Ela consegue se manter na indústria durante um tempo graças ao apoio de Manny Torres (Diego Calva), um executivo da MGM.

Manny começa o filme como um imigrante mexicano que sonha em entrar no showbiz. Inicialmente, ele assume tarefas subalternas e insignificantes, mas, com o tempo, começa a subir de cargo, conforme demonstra habilidade, lealdade, competência e responsabilidade. Quando se torna executivo, passa a ajudar seus amigos, Jack e Nellie, a se manterem na indústria, apesar da volatilidade do sistema.

“Babilônia” é uma superprodução que narra diversas histórias; é longo, porém dinâmico, tem cenas musicais e relembra a era de ouro do cinema com recriações perfeitas da cenografia e figurino, além de mostrar com verossimilhança a exuberância da vida artística da época, ao mesmo tempo que sua decadência. O filme traz a mensagem da natureza cíclica e descartável de Hollywood, assim como sua ostentação e futilidade.

Apesar da grandiosidade da produção, “Babilônia” é a obra mais fraca de Chazelle até o momento, trazendo uma história não tão impactante e longa demais para seu próprio bem.


Filme: Babilônia
Direção: Damien Chazelle
Ano: 2022
Gênero: Drama/História
Nota: 8