Visto por 15 milhões de pessoas nos cinemas, suspense investigativo com Denzel Washington e Angelina Jolie está na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Visto por 15 milhões de pessoas nos cinemas, suspense investigativo com Denzel Washington e Angelina Jolie está na Netflix

A condição humana é um constante equilíbrio entre a necessidade de salvação e os desafios que essa busca implica. Enfrentando suas fraquezas, o ser humano descobre que gestos simples — como um sorriso sincero ou um olhar empático — muitas vezes exigem um sacrifício profundo. É como se cada um de nós embarcasse em uma jornada para desvendar os mistérios que permeiam nossa existência diária, envolta em problemas que só conseguimos superar quando exploramos as profundezas de nossa própria alma. Somente através dessa experiência, que pode parecer simples na superfície, começamos a compreender nosso verdadeiro papel no mundo e a influência que podemos exercer sobre aqueles ao nosso redor.

Desde cedo aprendemos que o mal nem sempre se revela de maneira óbvia. Ele pode assumir formas sedutoras e até paradoxalmente belas, despertando em nós um instinto de preservação que se torna não apenas um protetor, mas um guia essencial em situações críticas. “O Colecionador de Ossos” (1999), dirigido por Phillip Noyce, explora essas complexidades de maneira única e provocativa. O filme não se limita a uma narrativa convencional de mistério, mas desdobra-se em camadas que exploram as vidas entrelaçadas de dois personagens marcados por tragédias pessoais, unidos na busca por desvendar um mistério sombrio e fascinante.

O roteiro de Jeremy Iacone sustenta o enredo central, mas o verdadeiro destaque reside na dinâmica entre os protagonistas, interpretados por Denzel Washington e Angelina Jolie. Ambos demonstram uma química surpreendente, apesar de nunca terem trabalhado juntos anteriormente e de suas trajetórias distintas no cinema. Washington encarna Lincoln Rhyme, um renomado perito forense cuja vida é transformada por um evento traumático, enquanto Jolie interpreta Amelia Donaghy, uma policial forçada a redefinir seu papel após um confronto com a violência urbana.

Mais do que um thriller policial, “O Colecionador de Ossos” cativa pela maneira como Noyce explora os laços humanos e os dilemas morais que permeiam a investigação criminal. Rhyme, atormentado por sua condição física limitante, encontra em Amelia não apenas uma parceira na resolução de crimes, mas também uma conexão emocional que transcende o profissionalismo. É na tensão entre seus mundos distintos que o filme revela sua profundidade, culminando numa cena final que sugere não apenas o fechamento de um caso, mas o início de uma nova fase para ambos os personagens.

Assim, “O Colecionador de Ossos”, na Netflix, não apenas entretém com sua trama envolvente, mas também instiga reflexões sobre a natureza humana e os laços que nos unem, mesmo nas circunstâncias mais adversas. É um testemunho da habilidade de Noyce em contar histórias complexas com sensibilidade e profundidade, transformando um thriller convencional em uma exploração tocante da condição humana e das relações interpessoais.


Filme: O Colecionador de Ossos
Direção: Phillip Noyce
Ano: 1999
Gêneros: Thriller/Drama/Ação
Nota: 8/10