Baseado em livro de Stephen King com mais de 300 mil cópias vendidas, suspense está na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Baseado em livro de Stephen King com mais de 300 mil cópias vendidas, suspense está na Netflix

“Christine, o Carro Assassino”, dirigido por John Carpenter e adaptado do livro de Stephen King, oferece uma perspectiva fascinante sobre o terror. A trama, que envolve um automóvel possuído por uma força maligna, poderia parecer absurda em uma visão superficial. No entanto, Carpenter trata o tema com uma seriedade e habilidade que cativa o público desde o início.

A narrativa se inicia com uma introdução atmosférica, apresentando Christine, um Plymouth Fury 1958 vermelho e branco. Essa abertura não apenas estabelece o clima do filme, mas também transforma o carro em um personagem central, carregado de presença e ameaça.

O protagonista, Arnie Cunningham, interpretado por Keith Gordon, é um adolescente comum que vê em Christine mais do que um simples veículo; ele encontra uma válvula de escape para suas inseguranças. A relação entre Arnie e Christine é o núcleo da história, evoluindo de uma conexão homem-máquina para uma dependência sombria e inquietante.

A direção de Carpenter se destaca ao usar a trilha sonora e a cinematografia para criar uma atmosfera de suspense constante. As cenas em que Christine se repara sozinha, moldando o metal amassado de volta à forma original, são visualmente impressionantes e ressaltam o elemento sobrenatural do filme.

Os personagens secundários, incluindo a namorada de Arnie, Leigh, e seu melhor amigo, Dennis, têm papéis essenciais no desenrolar da trama. Eles simbolizam o mundo exterior, que se torna cada vez mais distante e incompreensível para Arnie, à medida que sua obsessão por Christine se intensifica.

O filme também explora temas como a obsessão e a perda da inocência. A transformação de Arnie, de um jovem tímido para alguém consumido pela escuridão, é um poderoso reflexo de como as obsessões podem nos alterar. Christine não é apenas um carro; ela atua como um catalisador para mudanças, embora de maneira profundamente sinistra.

O clímax do filme é uma explosão de tensão acumulada, representando o confronto inevitável entre o bem e o mal. A batalha final entre Christine e aqueles que tentam detê-la é catártica, liberando todas as energias malignas acumuladas ao longo da história.

“Christine, o Carro Assassino”, na Netflix, se mantém como um exemplo notável do gênero de terror, combinando uma história única com uma execução técnica precisa. Carpenter demonstra que até os conceitos mais inusitados podem ser transformados em narrativas envolventes e assustadoras, capturando a imaginação do público e mantendo-a até o fim.


Filme: Christine, o Carro Assassino
Direção: John Carpenter
Ano: 1983
Gênero: Terror/Mistério
Nota: 9/10