Halle Berry é uma das atrizes mais notórias por sua trajetória cheia de altos e baixos em Hollywood. Ganhadora do Oscar de Melhor Atriz por sua atuação em “A Última Ceia” (2001), dirigido por Marc Forster, Berry destacou-se ao interpretar uma viúva em busca de justiça em um drama racial. No entanto, sua carreira tem sido marcada por longos períodos de pouca visibilidade, em que parece lutar para encontrar papéis que realmente valorizem seu talento.
Em “A Estranha Perfeita”, Berry estrela como Rowena Price, uma jornalista investigativa envolvida em um intrincado thriller psicológico. O filme, dirigido por James Foley, explora a mente de personagens atormentados por traumas passados, criando uma narrativa densa e turbulenta. Rowena, personagem de Berry, enfrenta um caminho repleto de altos e baixos, refletindo, em muitos aspectos, a própria carreira da atriz.
O roteiro, escrito por Jon Bokenkamp e Todd Komarnicki, coloca a protagonista em situações desafiadoras. O filme começa com um tom de thriller político, onde Rowena está empenhada em investigar o senador Sachs, interpretado por Gordon MacDonald, cujo comportamento contradiz suas ações como parlamentar. Esta trama inicial revela-se uma pista falsa, uma entre muitas que o roteiro oferece. Foley utiliza flashbacks para explorar as experiências de Rowena em lugares como o Iraque, onde ela cobriu eventos que ajudaram a consolidar a presidência de George W. Bush, um esforço que, no entanto, não rendeu o reconhecimento esperado.
Richard Portnow interpreta Alvis Narron, o editor que constantemente barra as ambições de Rowena. Porém, com a ajuda de Miles Haley, um amigo nerd vivido por Giovanni Ribisi, ela tem uma nova oportunidade para alcançar seus objetivos. A entrada de Bruce Willis como Harrison Hill, um magnata com um passado obscuro ligado a Rowena, adiciona complexidade à trama. Apesar dos esforços de Willis e Berry para criar uma química em cena, muitas vezes a interação entre seus personagens parece forçada, quase como se competissem pela atenção do público.
Em 2020, Halle Berry fez sua estreia como diretora, roteirista e atriz principal em “Ferida”, um drama impactante sobre uma ex-lutadora de MMA tentando reconstruir sua vida. Este projeto destacou-se por sua autenticidade e profundidade emocional, sugerindo que Berry pode ter encontrado um novo caminho para explorar sua carreira. A experiência em “A Estranha Perfeita” serve como um aprendizado valioso, mostrando a importância de escolher projetos que permitam uma exploração mais genuína e significativa de suas habilidades.
Berry demonstra uma resiliência notável em sua busca por papéis que desafiem suas capacidades e ofereçam oportunidades para performances memoráveis. “A Estranha Perfeita”, na Netflix, apesar de suas falhas, é um exemplo de seu compromisso em investir em projetos arriscados, sempre com a intenção de elevar a narrativa e a própria atuação.
Halle Berry continua a ser uma figura importante em Hollywood, com potencial para explorar ainda mais seu talento em futuras produções. Sua carreira, repleta de desafios e triunfos, reflete a complexidade de uma indústria em constante mudança, onde a perseverança e a paixão pelo ofício são essenciais para o sucesso duradouro.
Filme: A Estranha Perfeita
Direção: James Foley
Ano: 2007
Gênero: Thriller/Mistério
Nota: 7/10
