Baseado em história de amor arrebatadora da literatura, com mais de 3 milhões de cópias vendidas, romance está na Netflix Parisa Taghizadeh / Netflix

Baseado em história de amor arrebatadora da literatura, com mais de 3 milhões de cópias vendidas, romance está na Netflix

Muitas vezes, a quantidade de vezes que alguém se apaixona ao longo da vida pode revelar muito sobre sua personalidade. Quando uma paixão é intensa, o amor tende a se manifestar rapidamente, semelhante a uma rosa florescendo em um campo árido. E, se esse amor é genuíno, não demora para que ocorra uma troca de correspondências diversas, incluindo cartas, mesmo em uma era de comunicação instantânea e emoções voláteis e, frequentemente, tóxicas.

“A Última Carta de Amor”, dirigido por Augustine Frizzell e baseado no best-seller de Jojo Moyes, usa uma troca de cartas românticas como base para desenvolver uma história que, apesar de previsível em alguns momentos, é sofisticada e nunca gratuita. Frizzell habilmente extrai do texto de Moyes a medida exata de desespero de uma mulher que se perde, mas que se sustenta na certeza de que sua vida não é apenas um marasmo melancólico e alienante.

A narrativa alterna entre o passado e o presente, unindo as histórias de duas mulheres cujas vidas estão interligadas por sentimentos de amor puro e uma espécie de cinismo controlado. Uma mulher começa a influenciar a visão de mundo da outra, enquanto mistérios ocultos gradualmente são desvendados.

O roteiro, coescrito por Moyes, Esta Spalding e Nick Payne, acompanha duas protagonistas: uma socialite dos anos 1960, que está recuperando a memória após um acidente, e Ellie Haworth, uma jornalista contemporânea que descobre uma carta de amor perdida nos arquivos do jornal onde trabalha. Ellie, interpretada por Felicity Jones, encontra a carta enquanto pesquisa para escrever o obituário de um editor recém-falecido, levando-a a uma jornada de descoberta.

No entanto, a verdadeira história se passa na década de 1960, onde Jennifer Stirling, que prefere se identificar apenas pela inicial de seu nome, troca confidências românticas com um homem chamado Bota. Jennifer, interpretada por Shailene Woodley, não escrevia para seu marido, Lawrence, interpretado por Joe Alwyn, mas sim para Anthony O’Hare, um correspondente estrangeiro interpretado por Callum Turner.

Embora a trama de Jennifer possa parecer uma repetição das histórias de mulheres entediadas e insatisfeitas de meados do século XX, Frizzell dirige a narrativa para áreas mais envolventes, explorando a crescente atração entre Ellie e Rory, o arquivista interpretado por Nabhaan Rizwan. O romance entre Ellie e Rory, sempre à beira de se consumar, acaba por confirmar que a expressão mais lírica do amor sempre foi o tema central do filme, por mais redundante que isso possa parecer.

As complexidades da narrativa são equilibradas por uma concepção visual detalhada e por atuações convincentes. Woodley, em particular, destaca-se em figurinos elegantes, enquanto Turner encarna o papel de um amante idealizado. Ao mesmo tempo, Jones e Rizwan trazem uma química moderna e autêntica para suas interações, enriquecendo ainda mais a trama.

“A Última Carta de Amor”, na Netflix, é, portanto, uma celebração do romance em suas formas mais diversas, unindo passado e presente em uma narrativa tocante e visualmente atraente, que reafirma a relevância das conexões humanas através do tempo.


Filme: A Última Carta de Amor
Direção: Augustine Frizzell
Ano: 2021
Gêneros: Romance/Drama
Nota: 8/10