Superprodução épica, com Sean Connery e Richard Gere, na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Superprodução épica, com Sean Connery e Richard Gere, na Netflix

“Lancelot, o Primeiro Cavaleiro” lançado em 1995, dirigido por Jerry Zucker, infelizmente foi ofuscado por outros romances medievais como “Coração Valente” e “Rob Roy — A Saga de uma Paixão”, lançados no mesmo ano. O filme de Zucker, baseado no roteiro de David Hoselton, Lorne Cameron e William Nicholson, oferece uma visão feminista ao mito arturiano narrado por Chrétien de Troyes no século XII, destacando o amor proibido entre Lancelot e Guinevere.

Julia Ormond interpreta Guinevere, que desde jovem sabe que será desposada pelo rei Arthur, mas também entende o sofrimento dos plebeus em vilarejos saqueados. Richard Gere vive Lancelot, um espadachim que ensina os camponeses a se defenderem em troca de moedas. Seu caminho cruza com o de Guinevere quando ela busca ajuda para proteger seu povo de Malagant, um príncipe revoltado interpretado por Ben Cross.

Malagant, determinado a destronar Arthur, ataca vilarejos, forçando os camponeses a buscar refúgio com Guinevere. Ela oferece abrigo e, ao saber da fama de Lancelot, convoca-o para ajudar na defesa contra Malagant, contando com o apoio do rei Arthur, interpretado por Sean Connery. Nesse ponto, as coisas se complicam.

Guinevere e Lancelot desenvolvem uma conexão, criando um conflito interno e externo. A química entre Gere e Ormond dá vida à paixão contida, enquanto Sean Connery oferece uma performance de dignidade e sabedoria. As cenas de batalha são realistas, e a cinematografia captura a beleza e a brutalidade do período medieval. O design de produção e os figurinos são meticulosamente detalhados, transportando o público para um tempo de honra e traição.

O filme questiona o que significa ser um herói e como os sacrifícios pessoais podem impactar uma nação. A história de Lancelot não é apenas sobre bravura e honra, mas também sobre lealdade e o conflito entre dever e desejo.

Apesar de ter sido ofuscado por outros lançamentos, “Lancelot, o Primeiro Cavaleiro” merece ser reavaliado como uma obra significativa que combina ação, romance e uma análise profunda dos valores humanos. Zucker equilibra cenas de batalha impressionantes com momentos de profunda introspecção, criando um filme que desafia as convenções dos épicos medievais ao focar nas emoções e dilemas pessoais dos personagens.

O filme termina sem um final feliz tradicional, refletindo a complexidade das relações humanas e os sacrifícios feitos em nome do dever. “Lancelot, o Primeiro Cavaleiro”, na Netflix, é uma exploração rica e complexa dos mitos arturianos, oferecendo uma nova perspectiva sobre personagens históricos familiares. É um filme que combina ação, romance e uma análise profunda dos valores humanos, desafiando as convenções dos épicos medievais e focando nas emoções e dilemas pessoais dos personagens.


Filme: Lancelot, o Primeiro Cavaleiro
Direção: Jerry Zucker
Ano: 1995
Gêneros: Aventura/Romance
Nota: 8/10