Baseado em uma história real que impactou o mundo, filme na Netflix ficou 5 semanas entre os mais vistos de 2024 Divulgação / Netflix

Baseado em uma história real que impactou o mundo, filme na Netflix ficou 5 semanas entre os mais vistos de 2024

O terrorismo islâmico não teve seu início em 11 de setembro de 2001, com o trágico ataque às torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, embora esse evento tenha se tornado um símbolo marcante da violência extremista. Esse ataque, coordenado por Osama bin Laden, um ex-aliado dos Estados Unidos que posteriormente se tornou seu maior inimigo, culminou na morte do líder terrorista após uma década de operações meticulosas e arriscadas conduzidas pelas forças de elite americanas no Paquistão.

O impacto global desse atentado não apenas abalou o mundo, mas também serviu de inspiração para outros grupos extremistas. Esses criminosos, utilizando um discurso religioso distorcido para justificar suas ações, encontraram nesse “sucesso” um motivo para sair das sombras e realizar ataques igualmente brutais. Um exemplo notável foi o massacre em Mumbai, em 26 de novembro de 2008, onde nove atiradores atacaram impiedosamente tanto os hóspedes do hotel Taj Mahal quanto os transeuntes na estação ferroviária de Chhatrapati Shivaji.

O filme “Atentado ao Hotel Taj Mahal”, dirigido pelo australiano Anthony Maras, recria esse horror que resultou na morte de 167 pessoas, entre hóspedes, funcionários e os próprios terroristas, recrutados pela Al-Qaeda. A produção, marcada por uma violência explícita e quase sensacionalista, visa transmitir a gravidade da tragédia. A fotografia sombria de Nick Remy Matthews contribui significativamente para o tom do filme, enfatizando cada momento de tensão e desespero vivenciado pelos personagens.

Maras, ao dirigir este filme, se une a diretores como Paul Greengrass e Kathryn Bigelow, que também exploraram o tema do terrorismo islâmico em suas obras. Filmes como “Voo United 93” (2006) e “22 de Julho” (2018), de Greengrass, e “Guerra ao Terror” (2008) e “A Hora Mais Escura” (2012), de Bigelow, compartilham a mesma intenção de capturar a essência sombria desses eventos, ao mesmo tempo que homenageiam os heróis improváveis que emergem dessas situações, conferindo dignidade aos sobreviventes.

No enredo de “Atentado ao Hotel Taj Mahal”, dois personagens se destacam: o garçom Arjun e o chef Hemant Oberoi, que deixam de lado suas diferenças hierárquicas e rivalidades pessoais para unir forças em estratégias instintivas de sobrevivência. Interpretados por Dev Patel e Anupam Kher, esses personagens personificam a humanidade e a solidariedade que emergem em momentos de extrema adversidade. Os poucos momentos de alívio dramático no filme trazem à tona uma poesia improvável, mostrando que, apesar do caos, a união é vital para a sobrevivência.

O filme provoca o espectador a refletir sobre sua própria reação em situações semelhantes, uma pergunta perturbadora que ecoa muito além do término do filme, incentivando uma reflexão profunda sobre a natureza do terrorismo e a resiliência humana diante do terror.


Filme: Atentado ao Hotel Taj Mahal 
Direção: Anthony Maras 
Ano: 2018 
Gêneros: Thriller/Ação 
Nota: 8/10