A adaptação às expectativas sociais já foi uma tarefa muito mais dolorosa. Hoje, a diversidade de categorias sociais reflete as diferentes aspirações, sonhos e necessidades das pessoas comuns, que buscam apenas o respeito por sua identidade básica.
Mimi Leder, uma diretora experiente com mais de 40 filmes e séries no currículo, incluindo “Impacto Profundo” e “Corrente do Bem” além de dramas como “West Wing” e “The Morning Show”, dirige “O Pacificador”, disponível na Netflix. Com roteiro de Leslie Cockburn, Andrew Cockburn e Michael Schiffer, o filme reúne George Clooney e Nicole Kidman como uma dupla de agentes encarregados de rastrear armas nucleares russas para impedir ataques terroristas.
Embora produzido pela DreamWorks com um orçamento de 50 milhões de dólares, o filme não se destaca pela originalidade. Seu enredo central gira em torno da busca do herói pelo McGuffin, um objeto ou dispositivo que motiva a ação entre mocinhos e vilões, com a ameaça de caos nos Estados Unidos. Os antagonistas, previsivelmente russos, planejam um ataque em vingança por assassinatos ignorados na Bósnia.
Thomas Devoe (Clooney) é um militar e agente do FBI, enquanto Julia Kelly (Kidman) é uma especialista em armas nucleares trabalhando para o governo americano. A dinâmica entre os dois é marcada por disputas de autoridade, com Devoe insistindo em afirmar seu domínio e Kelly tentando se impor como durona. O vilão, Dusan Gavrich (Marcel Iures), acredita estar honrando aqueles que morreram na ex-Iugoslávia.
O filme parece um mosaico de sequências de ação, com Leder unindo várias cenas de maneira que façam sentido. Isso é comum em muitos filmes de ação, onde a profundidade da história é menos importante do que os motivos que impulsionam os personagens. Leder, ganhadora de dois prêmios Emmy, sabe entreter. Talvez por isso tenha seguido uma fórmula conhecida, entregando um produto pré-fabricado com “O Pacificador”.
O filme, apesar de previsível, funciona como entretenimento despretensioso, repleto de ação extravagante. Os personagens são simplistas e o enredo é raso, mas as cenas de ação são longas, complexas e bem executadas.
No entanto, o filme sofre por sua longa duração, com mais de duas horas, tornando-se cansativo. A responsabilidade não recai sobre Nicole Kidman ou George Clooney, que, mesmo dentro das limitações do roteiro, demonstram seu talento. Na época, a carreira de Clooney estava em ascensão e decolou pouco depois.
“O Pacificador” é um exemplo de como um filme de ação pode ser eficiente em proporcionar entretenimento visual, mas falha em oferecer profundidade narrativa ou desenvolvimento de personagens. Mesmo assim, encontra seu público entre aqueles que buscam apenas diversão sem grandes expectativas de conteúdo.
A tentativa de Leder em unir ação e narrativa resulta em um produto mediano, que, apesar de suas falhas, consegue entreter. Para quem aprecia cenas de ação bem coreografadas e uma trama de fácil digestão, “O Pacificador”, na Netflix, oferece uma experiência satisfatória. No entanto, para aqueles que buscam algo mais substancial, o filme pode deixar a desejar.
Filme: O Pacificador
Direção: Mimi Leder
Ano: 1997
Gênero: Ação
Nota: 8/10