Filme com Denzel Washington que arrecadou mais de 700 milhões de reais nas bilheterias está na Netflix Divulgação / Sony Pictures

Filme com Denzel Washington que arrecadou mais de 700 milhões de reais nas bilheterias está na Netflix

“O Livro de Eli” captura a atenção em várias passagens, especialmente em um momento onde o personagem principal, interpretado de maneira impressionante por Denzel Washington, revela sua verdadeira essência. A estreia dos gêmeos Albert e Allen Hughes como diretores notáveis é destacada pela atenção meticulosa aos detalhes práticos e estéticos, além de uma narrativa sólida escrita por Gary Whitta e uma estilização refinada.

Todos, em algum momento, sentem a necessidade de refletir sobre suas vidas, ponderando sobre suas escolhas, reconhecendo seus acertos e erros, e considerando mudanças. Os mais sensíveis podem ser tomados por emoções intensas, enquanto a história se desdobra, inicialmente parecendo enigmática.

Eli é um andarilho solitário em uma América pós-apocalíptica, devastada por guerras por recursos básicos. Em meio à fome e à escassez de água, ele atravessa uma paisagem desolada, movido por um propósito misterioso. Eli, um homem enigmático e resiliente, segue rumo ao oeste, sem um destino claro, mas carregando consigo um livro que considera vital. Esse livro, cuidadosamente protegido, é sua única posse de valor, e Eli está determinado a mantê-lo seguro, enfrentando inúmeros desafios ao longo do caminho.

O livro que Eli carrega simboliza esperança e redenção, e ele se recusa a abandoná-lo, mesmo quando confrontado com adversidades severas. Eli se defende com um facão afiado, enfrentando pistolas, espingardas e rifles, além de dominar artes marciais, destacando cenas de ação intensas. Ele é frequentemente atacado por gangues de saqueadores em motocicletas, representando o auge da violência em um mundo sem lei. Essas lutas, inicialmente desordenadas, ganham um significado mais profundo, ajudando a humanizar o personagem e a mitigar a aura filosófica do filme.

A fotografia de Don Burgess utiliza uma paleta de sépia, variando do castanho ao cinza, para enfatizar o lirismo subterrâneo da narrativa, lembrando as produções da franquia “Mad Max”. No entanto, Washington e os irmãos Hughes imprimem um estilo único em “O Livro de Eli”, destacando a criatividade da produção.

Eli enfrenta vários antagonistas, liderados por Carnegie, interpretado de maneira marcante por Gary Oldman, que tenta corrompê-lo. No entanto, Eli encontra aliados em Solara, uma jovem interpretada por Mila Kunis, e em Claudia, sua mãe, interpretada por Jennifer Beals. Apesar de seu papel menor, Claudia contribui para a profundidade emocional do filme.

Albert e Allen Hughes conduzem “O Livro de Eli”, na Netflix, a uma conclusão que mantém a atmosfera distópica, fazendo da trama uma narrativa única, mesmo com um argumento familiar. A obra é uma metáfora inteligente sobre o fim dos tempos e a fé na humanidade, sugerindo que a salvação depende das ações de indivíduos certos, uma tarefa árdua e desafiadora.


Livro: O Livro de Eli
Direção: Albert e Allen Hughes
Ano: 2010
Gênero: Ação/Aventura
Nota: 9/10