Último dia para assistir na Netflix: filme baseado em uma das séries de TV mais vistas de todos os tempos Divulgação / Columbia Pictures

Último dia para assistir na Netflix: filme baseado em uma das séries de TV mais vistas de todos os tempos

Perder oportunidades irrepetíveis ou deixar que sonhos se tornem apenas lembranças esparsas é algo que ninguém aceita de bom grado. A vida segue seu curso habitual, sem brilho ou propósito. “A Ilha da Fantasia,” a nova versão de Jeff Wadlow para a famosa série de TV exibida pela ABC de 1978 a 1984, não traz nada de inovador. Na série original, o Sr. Roarke, interpretado por Ricardo Montalban, era o proprietário de um resort luxuoso em uma ilha do Pacífico, onde celebridades de diferentes níveis de fama revelavam seus segredos, alimentando a narrativa do episódio.

Nesta releitura, as antigas celebridades são substituídas por influenciadores digitais, essa nova categoria de pessoas que opinam sobre tudo, desde conflitos geopolíticos até a vida de outros indivíduos desocupados. A trama inicia com um hidroavião deslizando sobre o mar, desembarcando os personagens na ilha, o que inicialmente entusiasma o espectador, mas logo provoca decepção.

Recriar um ícone da cultura pop de quase meio século é uma tarefa arriscada, mas Wadlow não falha completamente. Desde a primeira cena, onde uma garota corre pela mata da ilha, o diretor estabelece um tom de suspense que se intensifica na transição do segundo para o terceiro ato, aproveitando ao máximo as imagens perturbadoras do roteiro co-escrito com Christopher Roach e Jillian Jacobs. Após um começo pouco promissor, o filme ganha consistência, embora de forma irregular.

Os personagens Gwen Olsen, Melanie Cole, Sloane Maddison, Brax e J.D. Weaver, e Patrick Sullivan são recebidos por Julia, a enigmática gerente da ilha, interpretada por Parisa Fitz-Henley. Pouco depois, surge o Sr. Roarke, vivido por Michael Peña, cujo desempenho, apesar de curioso, não se destaca. Gwen é a personagem que menos se sente confortável na ilha, e Maggie Q mantém uma postura desconfiada até o fim, mesmo quando lhe é oferecida uma segunda chance para recomeçar sua vida pessoal ao lado de Allen Chambers, papel de Robbie Jones, o noivo que rejeitara cinco anos antes.

Um dos aspectos mais interessantes de “A Ilha da Fantasia” é a subtrama que envolve Gwen, com a interação entre Maggie Q e Jones se mostrando mais natural do que a relação entre os meio-irmãos de Ryan Hansen e Jimmy O. Yang. Apesar das falhas, o filme surpreende com um final emocional, onde o sacrifício de Brax por J.D. leva o público às lágrimas. Jimmy O. Yang se destaca como a revelação do longa, especialmente na transição do segundo ato e na cena final, sugerindo que a história pode continuar.


Filme: A Ilha da Fantasia
Direção: Jeff Wadlow
Ano: 2020
Gêneros: Thriller/Fantasia
Nota: 8/10