Despeça-se do mau humor: comédia romântica na Netflix é antídoto contra toda a negatividade Divulgação / Gaumont Columbia TriStar Films

Despeça-se do mau humor: comédia romântica na Netflix é antídoto contra toda a negatividade

Lançado nos anos 2000, “De Repente 30” rapidamente se tornou um marco das comédias românticas da época. O filme, protagonizado por Jennifer Garner, mantém seu apelo mesmo duas décadas após sua estreia, evidenciando uma resistência notável ao passar do tempo. Garner, por sua vez, parece quase imutável, como se o tempo não tivesse impacto sobre ela e sobre a história desse filme querido.

Naquela década, a visão dos 30 anos como os novos 20 ganhou força. A identificação com Jenna (interpretada por Garner) é imediata: uma jovem de 13 anos desejando ser uma adulta de 30, cheia de charme e sucesso. O bordão “Thirty, flirty and thriving” capturou perfeitamente esse anseio.

Para aqueles que, por alguma razão, não assistiram ao filme – seja por um longo coma, uma vida em uma seita tecnológica ou um isolamento lunar — a trama acompanha Jenna (Christa B. Allen), uma menina de ginásio às vésperas de completar 13 anos. Seu melhor amigo é Matt (Sean Marquette), um nerd adorável e apaixonado por ela.

Jenna, porém, almeja popularidade e a companhia das patricinhas da escola, lideradas por Tom-Tom (Alexandra Kyle). Ela também sonha em beijar o galã da escola, Chris Grady (Alex Black). Para isso, convida todos para sua festa de 13 anos. No porão de sua casa, decorado com temática dos anos 80, toca música no rádio, há lanches e refrigerantes numa mesa festiva e a brincadeira “sete minutos no céu” como atração principal.

Durante o jogo, Jenna se esconde no armário esperando ser beijada por Chris, mas os convidados fogem, levando a comida. Matt retorna com seu teclado para animar a festa e percebe a pegadinha. Vai ao armário e Jenna, sem saber, o beija. Descobrindo que beijou seu amigo e foi humilhada pelos colegas, ela repete o mantra “Thirty, flirty and thriving”, desejando ser uma adulta de sucesso.

O pó do desejo, presente no presente feito por Matt, cai sobre Jenna enquanto ela repete seu desejo. De repente, Jenna (agora Garner) acorda aos 30 anos, em um luxuoso apartamento em Manhattan, com um jogador de hockey seminu saindo de seu banheiro e um emprego como editora de moda. Sem memória dos anos intermediários, ela tenta entender sua nova vida adulta.

Percebendo a ausência de Matt (Mark Ruffalo), pede à secretária para encontrá-lo. Matt vive no Greenwich Village e revela que não são próximos desde a fatídica festa. Jenna se tornou a líder das patricinhas e amiga de Tom-Tom, agora conhecida como Lucy (Judy Greer), colega de trabalho. Conquistou tudo que sempre desejou, mas percebe que foi uma pessoa ruim, trocando amigos leais por popularidade vazia.

Ao explorar sua nova vida, Jenna aprende que é preciso cuidado com o que se deseja, pois nem tudo que brilha é ouro. “De Repente 30”, na Netflix, é leve, repleto de clichês, mas cativante, engraçado e criativo. Para quem duvida que essas qualidades possam coexistir, o filme prova o contrário, consolidando-se como uma das comédias mais memoráveis. A cena em que Jenna toca “Thriller” de Michael Jackson e faz todos dançarem em uma festa decadente é icônica. O filme, com a atuação brilhante de Garner, é um verdadeiro tesouro da cultura pop, continuando a encantar novas gerações.


Filme: De Repente 30
Direção: Gary Winnick
Ano: 2004
Gênero: Comédia/Romance
Nota: 9/10