Romance mais aguardado de 2024 está no Prime Video Divulgação / Metro-Goldwyn-Mayer

Romance mais aguardado de 2024 está no Prime Video

Luca Guadagnino entrou nos holofotes com “Me Chame Pelo Seu Nome”, indicado em 2018 à categoria de Melhor Filme no Oscar. De lá para cá, a crítica tem esperado do cineasta um trabalho à altura, mas tem recebido produções inferiores. Talvez por isso a recepção de “Rivais” tenha sido tão positiva. Aqui ele traz de volta a sensualidade e o frescor da juventude, vistos no filme de 2017, em um triângulo amoroso formado pelos tenistas Tashi (Zendaya), Patrick (Josh O’Connor) e Art (Mike Faist).

Eles se conhecem na adolescência, e Tashi já é um fenômeno do esporte, com um futuro promissor, um patrocínio da Adidas e planos de uma carreira de sucesso. A autoconfiança e a beleza de Tashi hipnotizam Art e Patrick desde o primeiro momento, colocando-os sob seu domínio. Mas a dinâmica romântica do trisal serve para moldar o futuro de cada um.

Acompanhamos essa relação no decorrer de 13 anos. A montagem de Marco Costa, em “Rivais”, vai ao passado e volta ao presente como uma partida de tênis: um recebe a bola aqui e outro pega ali. A relação entre cada um deles é, também, moldada pela competitividade entre eles. A dinâmica parece uma constante disputa de domínio, assim como ocorre em quadra. Tashi, que é a melhor jogadora (tanto na vida como no amor), parece sempre sair vitoriosa, afinal, ela nunca perde: ou tem Art, ou tem Patrick nas mãos.

Os dois amigos disputam, literalmente, a atenção de Tashi. Tanto é que ela promete dar seu número de telefone para quem vencer a partida, em um duelo entre Patrick e Art nas quadras. Patrick leva a melhor e é com quem Tashi se relaciona romanticamente primeiro. Mas, ao contrário de Art, Patrick é um galanteador nato e gosta de se sentir no controle de sua própria vida. Isso acaba confrontando com os interesses de Tashi, que também é controladora, obsessiva pelo sucesso e gosta de opinar sobre o jogo dos companheiros. A relação entre Tashi e Patrick, embora tenha uma atração sexual mais penetrante que entre Tashi e Art, acaba amargando.

Quando ela rompe o ligamento do joelho durante uma partida, sendo obrigada a se afastar permanentemente das disputas, é Art que está ao seu lado no hospital para consolá-la. Ele é obediente e devoto, aceitando com menos aspereza o domínio de Tashi. A relação prospera e, anos mais tarde, eles são casados e têm uma filha chamada Lily.

Tashi se torna treinadora de Art e, assim como sua dedicação e métodos a levaram ao sucesso anos antes, ela consegue transformar o companheiro em um dos melhores tenistas do mundo. Anos mais tarde, eles parecem viver o sonho, mas as coisas não são tão brilhantes como aparentam. O passado é contado em meio a uma partida, no presente, entre Patrick e Art, e compreendemos que existe uma relação muito mais complexa e profunda entre essas três pessoas do que imaginávamos no início do filme. Há uma tensão estridente entre os personagens e Guadagnino vai desfiando essa teia habilmente.

Há uma porção de ângulos interessantes aqui — câmeras em primeira pessoa; Tashi em contra-plongée durante uma cena intensa com Art, em que ele lhe pergunta se ela o amará mesmo se ele perder o jogo para Patrick; jogo de câmeras em pingue-pongue durante uma discussão entre Tashi e Patrick, reforçando a competitividade entre eles; a câmera perseguindo a bola durante um jogo, em alta velocidade. São tantas as formas de se brincar com as lentes aqui e isso, com toda certeza, torna o filme de Guadagnino mais divertido e dinâmico.

“Rivais” ainda não chega à altura de “Me Chame Pelo Seu Nome”, mas nos deixa mais crentes de que a fonte de Guadagnino ainda não secou. O filme está disponível para aluguel no Prime Video.


Filme: Rivais
Direção: Luca Guadagnino
Ano: 2024
Gênero: Drama/Romance/Esportes
Nota: 9/10