Épico com Catherine Zeta-Jones é diversão garantida para o fim de semana, na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Épico com Catherine Zeta-Jones é diversão garantida para o fim de semana, na Netflix

“Lenda do Zorro”, lançado em 2005 e dirigido por Martin Campbell, retoma a saga do herói mascarado interpretado por Antonio Banderas. Esta continuação tenta equilibrar ação, drama e humor enquanto explora a vida de Alejandro Murrieta, que tenta cumprir sua promessa de abandonar a vida de vigilante em favor de sua família. Ambientado na Califórnia do século 19, prestes a se tornar parte dos Estados Unidos, o filme mescla aventura com conflito político.

Catherine Zeta-Jones retorna como Elena, esposa de Alejandro, e a relação do casal é testada pela tensão entre o dever familiar e o chamado pela justiça. A inclusão do filho do casal, Joaquin, interpretado por Adrian Alonso, adiciona uma nova camada à dinâmica familiar, explorando a tensão entre os valores herdados e os próprios. Esta dimensão pretende aprofundar o personagem de Zorro, mostrando-o não apenas como um herói, mas também como marido e pai.

O filme aborda temas como lealdade, sacrifício e identidade, investigando o que significa ser um herói diante das obrigações pessoais. A narrativa tenta retratar a complexidade desses temas por meio das relações entre os personagens, embora, em alguns momentos, pareça perder o foco ao oscilar entre o drama familiar e a aventura de capa e espada. A direção de Campbell busca manter um equilíbrio, mas o resultado pode parecer inconsistente em termos de tom e desenvolvimento de personagens.

Visualmente, o filme é impressionante, com cenas de ação bem coreografadas que capturam a essência do Zorro clássico. No entanto, a tentativa de intercalar humor e romance nem sempre se alinha perfeitamente com os elementos de ação, resultando em uma experiência por vezes desigual para o espectador. A cinematografia e o design de produção são destaques, recriando de forma eficaz a atmosfera da Califórnia do século 19 e oferecendo um cenário rico para a narrativa.

As atuações de Banderas e Zeta-Jones são carismáticas, conferindo vida aos seus personagens com uma mistura de intensidade e vulnerabilidade. No entanto, a química entre eles, tão central no filme anterior, não parece tão convincente desta vez, possivelmente devido à natureza fragmentada da trama. Adrian Alonso, como Joaquin, traz uma energia jovem que ilumina a tela, mas seu personagem às vezes parece mais um dispositivo narrativo do que um participante plenamente realizado.

Narrativamente, “Lenda do Zorro” enfrenta o desafio de equilibrar uma variedade de subtramas, incluindo intriga política, drama familiar e o legado do herói mascarado. Essa ambição é louvável, mas resulta em um filme que pode parecer sobrecarregado e, por vezes, desconexo. A inclusão de temas políticos e sociais adiciona uma camada de complexidade, mas a execução ocasionalmente carece da profundidade necessária para torná-los verdadeiramente impactantes.

A trilha sonora, composta por James Horner, complementa a ação e o drama, imbuída de um senso de aventura e melancolia que se adequa ao tom do filme. A música é um dos elementos que ajudam a manter uma sensação de coesão em meio às várias reviravoltas da história.

Apesar de suas falhas, “Lenda do Zorro”, na Netflix, proporciona entretenimento e momentos de genuína emoção. O filme pode não alcançar as alturas de seu antecessor, mas possui instantes que capturam o espírito de aventura que os fãs do Zorro esperam. A atuação enérgica de Banderas, as emocionantes cenas de ação e a produção visualmente atraente garantem que o filme tenha seus méritos.


Filme: A Lenda do Zorro
Direção: Martin Campbell
Ano: 2005
Gêneros: Aventura/Faroeste
Nota: 8/10