Os falsários se reuniram e decidiram que a categoria necessitava de um sindicato, havia muitos falsos falsários e era preciso que os verdadeiros falsários se defendessem. E assim foi criado o Sindicato dos Verdadeiros Falsários. E para controlar o acesso as reuniões do sindicato foi feita uma carteirinha considerada a prova de falsificações.
No entanto, um dia, um falso falsário conseguiu falsificar a carteirinha infalsificável do Sindicato dos Verdadeiros Falsários e entrou na reunião. A falsificação que o falso falsificador fez era muito boa e por um bom tempo ele a usou para frequentar as reuniões sem ser descoberto, mas os verdadeiros falsários acabaram desconfiando da falsa carteirinha e o falso falsário foi ameaçado de ser expulso do Sindicato dos Verdadeiros Falsários.
Em sua defesa, o falso falsário alegou que, por ter falsificado tão bem a carteirinha, agora também poderia ser considerado um verdadeiro falsário e assim, deveria poder ser um membro do Sindicato dos Verdadeiros Falsários. Depois de muita discussão a diretoria do sindicato decidiu que o Sindicato dos Verdadeiros Falsários deveria admitir todos os falsários, os verdadeiros e os falsos falsários, desde que esses últimos fossem capazes de falsificar a carteirinha com habilidade.
E decidiu-se também que um Sindicato dos Falsários não poderia ter uma carteirinha que fosse verdadeira, o correto era que os seus membros falsificassem as suas próprias carteirinhas e a partir desse momento o uso de carteirinhas falsificadas passou a ser obrigatório. O Sindicato passou a se chamar Sindicato dos Verdadeiros Falsos Falsários e a carteirinha verdadeira passou a ser considerada falsa.