Sequência de filme do herói mais amado do cinema, com Keanu Reeves, está na Netflix Divulgação / Lions Gate Films

Sequência de filme do herói mais amado do cinema, com Keanu Reeves, está na Netflix

Keanu Reeves continua no papel de um implacável assassino na terceira parte da franquia na Netflix. Se vivêssemos em um mundo ideal, onde reinasse o bom, o belo e o justo, figuras como John Wick não teriam lugar. No entanto, na realidade caótica onde as leis são frequentemente ignoradas e cada um precisa lutar por sua própria sobrevivência, personagens como Wick se tornam inevitáveis.

Em “John Wick 3: Parabellum”, dirigido por Chad Stahelski, que também esteve à frente dos dois primeiros filmes, vemos Keanu Reeves reprisando seu papel em uma das séries de ação mais lucrativas da indústria. Esta sequência oferece a Stahelski a chance de explorar a deterioração moral de seu protagonista, usando recursos visuais impressionantes para capturar a atenção até dos espectadores menos atentos.

A fotografia de Dan Laustsen é um destaque, alternando entre tons vívidos que destacam objetos de cena e uma paleta mais sombria que reflete a misantropia de Wick, bem como a frieza de Nova York. Este estilo visual complementa o roteiro de Chris Collins, Shay Hatten e Derek Kolstad, que defende os métodos extremos de Wick em um mundo desordenado.

John Wick é um pacificador improvável em uma terra devastada pela arbitrariedade. Ele chega à Biblioteca Pública de Nova York buscando um livro do folclorista russo Aleksandr Afanásiev, mas seu interesse não está nas histórias tradicionais. Com vinte minutos até ser banido, qualquer um pode capturá-lo e reclamar a recompensa de catorze milhões de dólares. Wick encontra um amuleto escondido no livro, um item crucial para sua sobrevivência no submundo.

Nada é simples no universo de John Wick. Stahelski, ex-dublê que trabalhou em “O Corvo” (1994) após a morte de Brandon Lee, entende bem o que seu público espera. Na abertura do filme, Reeves impressiona com uma coreografia intensa, onde ele usa o livro como arma contra um agressor, resultando em uma cena sangrenta que cativa imediatamente o espectador. Detalhes como Wick devolver o livro à estante adicionam um toque especial para os fãs de cinema.

No icônico Hotel Continental, refúgio de assassinos, Charon, interpretado por Lance Reddick, cuida do pitbull de Wick enquanto ele embarca em sua nova missão. Ele encontra sua ex-mentora, interpretada por Anjelica Huston, que agora está envolvida com o crime organizado e a direção de uma companhia de dança. Apesar de pagar caro por ajudar Wick, ela não previa sua chegada.

Personagens secundários, como Sofia, interpretada por Halle Berry, adicionam vigor à trama. Sofia, uma ex-assassina agora gerente do Continental de Casablanca, ajuda Wick em uma passagem pelo Marrocos, acompanhada de seus pastores belgas. No entanto, eles enfrentam a perseguição de adversários como O Adjudicador, interpretado por Asia Kate Dillon, uma figura implacável.

“Parabellum” remete aos melhores westerns de Clint Eastwood, como “Por um Punhado de Dólares” e “Os Imperdoáveis”, mas em um cenário pós-apocalíptico. O paraíso para este anti-herói nova-iorquino ainda está distante, como vemos em “John Wick 4: Baba Yaga” (2023). Mesmo com a saga estendida, Stahelski parece disposto a prolongar a história. Isso pode sugerir que a epopeia de Wick está longe de um desfecho definitivo, o que pode não ser sempre bem-vindo.


Filme: John Wick 3: Parabellum
Direção: Chad Stahelski
Ano: 2019 
Gêneros: Ação/Suspense
Nota: 9/10