Filme na Netflix vai te fazer acreditar de novo na magia do cinema Divulgação / Sony Pictures Classics

Filme na Netflix vai te fazer acreditar de novo na magia do cinema

Apesar das controvérsias que o cercam, Woody Allen é indiscutivelmente um mestre da comédia, tanto na literatura quanto no cinema. Sua vasta produção deixará um impacto duradouro no gênero. Seu estilo peculiar de explorar as angústias e complexidades da vida através de seus personagens já inspira muitos.

Allen possui uma visão única sobre a vida e, mesmo com seu pessimismo, paranoias e neurose, há um encanto em sua paixão pelas cidades que ama, especialmente Nova York. Com mais de 35 filmes celebrando sua cidade natal, um dos seus longas mais recentes e populares, “Meia-noite em Paris”, leva essa homenagem a um novo cenário: Paris.

Lançado em 2011, “Meia-noite em Paris” acompanha a nostálgica jornada de Gil (Owen Wilson) na capital francesa, acompanhado de sua noiva Inez (Rachel McAdams) e dos pais dela, Helen (Mimi Kennedy) e John (Kurt Fuller). Gil, roteirista em Hollywood, sonha em escrever seu primeiro romance. Ele espera que caminhar pelas ruas históricas de Paris, cercado pela arquitetura e pelos encantadores postes de luz, lhe traga a inspiração necessária.

Enquanto Gil se apaixona pela cidade e sonha em se mudar para lá, Inez não tem interesse algum em deixar os Estados Unidos. Gil idealiza Paris dos anos 1920, imaginando a vida boêmia e os encontros com figuras revolucionárias como Salvador Dalí, Pablo Picasso, Luis Buñuel, Ernest Hemingway, Cole Porter, e Scott e Zelda Fitzgerald. Ele acredita que estar nos mesmos lugares que esses ícones frequentaram é o que falta para alcançar a genialidade. Para Inez, no entanto, Gil é apenas um sonhador que precisa ser mais realista. Woody Allen brinca com esse romantismo e idealização, criando uma viagem no tempo encantadora e emocionante para Gil e para o espectador.

Uma noite, após um jantar com Inez, Gil decide explorar as ruas de Paris sozinho. Perdido, ele se senta em uma escadaria para se acalmar e pensar, quando o sino da igreja soa meia-noite e um carro antigo e charmoso para diante dele. Alguns desconhecidos festivos o convidam a entrar, levando-o a uma festa em um piano-bar.

Enquanto Gil explora o local, fica surpreso ao encontrar pessoas vestidas com roupas dos anos 1920 e um homem que parece ser Cole Porter tocando piano. Logo ele se vê conversando com Zelda e Scott Fitzgerald (Alison Pill e Tom Hiddleston), e outras figuras icônicas da década. Gil percebe que não está vendo sósias, mas de fato vivendo uma experiência de viagem no tempo, conhecendo os ídolos que tanto o inspiram.

Durante essa jornada, Gil encontra Gertrude Stein (Kathy Bates), que lê seus rascunhos e oferece valiosas orientações. Ele também conhece Adriana (Marion Cotillard), uma das amantes de Picasso, por quem se apaixona e que o inspira profundamente.

Há quem diga que Allen se inspirou no incidente Moberly-Jourdain, onde duas mulheres alegaram ter vivido um lapso temporal nos jardins do Petit Trianon, em Versalhes, acreditando ter visto Maria Antonieta e outras figuras de sua época. Allen usa essa ideia de forma humorada e romântica, conduzindo-nos por uma graciosa viagem à Paris dos anos 1920. A história é permeada de nostalgia e encanto.

“Meia-noite em Paris”, na Netflix, é uma celebração à cidade das luzes, com todo o seu charme arquitetônico e cultural que inspirou artistas ao longo do tempo. Diferente de muitos dos trabalhos de Allen, o filme é leve e otimista. Tornou-se o mais lucrativo de sua carreira, arrecadando mais de 150 milhões de dólares mundialmente. Além disso, é um de seus filmes mais reconhecidos pela Academia, recebendo indicações ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção, melhor direção de arte e melhor roteiro original, vencendo nesta última.


Filme: Meia-noite em Paris
Direção: Woody Allen
Ano: 2011
Gênero: Romance/Fantasia
Nota: 10/10