Comédia dramática na Netflix é programa perfeito para curtir o frio em casa Chris Helcermanas-Benge / Summit Entertainment

Comédia dramática na Netflix é programa perfeito para curtir o frio em casa

O comediante Seth Rogen tinha 23 anos quando seu colega e amigo próximo, Will Reiser, de 25 anos, revelou estar com câncer. A notícia foi um choque para ambos, mas não a ponto de mudar radicalmente suas atitudes diante da vida. Reiser foi diagnosticado com um tipo raro de tumor maligno na espinha. Ao pesquisar no Google, descobriu que suas chances de sobrevivência eram de 50%, o que significa ter a mesma probabilidade de viver ou morrer devido à doença.

É uma notícia que ninguém quer ouvir, especialmente aos 25 anos, no auge da carreira como produtor e roteirista em Hollywood. No entanto, Reiser, sempre com um espírito humorístico, decidiu enfrentar a doença com a mesma abordagem. Inspirado por essa experiência, ele escreveu o roteiro de “50%”, uma comédia dramática estrelada por Joseph Gordon-Levitt, Seth Rogen, Anjelica Houston, Bryce Dallas Howard e Anna Kendrick.

Dirigido por Jonathan Levine, o filme, baseado na vida de Reiser, é uma mistura de drama e comédia que oferece conforto emocional. Em dias tristes, ele ensina a enfrentar problemas com risadas, mesmo nos momentos mais difíceis. Enquanto chorar pode aliviar a alma, o riso tem o poder de curar e consolar.

Em “50%”, Joseph Gordon-Levitt interpreta Adam, um produtor de rádio que descobre um nódulo nas costas e, ao procurar um médico, recebe a notícia de que tem um câncer raro. Seu melhor amigo, Kyle (Seth Rogen), reage com surpresa, mas mantém o humor, fazendo piadas sobre a situação de Adam. Logo, organiza uma festa na empresa para celebrar a vida do amigo, onde Adam pode se divertir e receber abraços de despedida, mesmo sem estar à beira da morte.

Essa cena é cômica e o roteiro de Reiser consegue gerar sorrisos facilmente. Adam e Kyle, embora afetados pela situação, optam por enfrentá-la como uma estranha adversidade, disfarçando a gravidade do momento.

A seriedade da doença de Adam revela diferentes facetas das pessoas ao seu redor. Ele termina com a namorada, Rachael (Howard), conhece a psicóloga Katherine (Kendrick), com quem forma um vínculo forte, e começa a entender melhor sua mãe, Diane (Houston), que sempre foi excessivamente preocupada.

Com Kyle ao seu lado, Adam aproveita a doença para tirar lições valiosas da vida, mas também para se divertir, experimentar coisas novas, conquistar garotas e viver cada momento intensamente. Ao longo de sua jornada, Adam enfrenta desafios, desabafa com Katherine sobre o peso de sua condição e sente o medo da incerteza, especialmente antes de uma cirurgia. Apesar do drama, o filme trata das angústias e dores de Adam com delicadeza e respeito.

Na vida real, Reiser comentou que é mais engraçado que Adam, mas optou por tornar seu personagem mais sério para equilibrar com o papel de Rogen, que já é bastante cômico. Durante a época de seu câncer, por volta de 2005, Reiser havia terminado seu trabalho em “Da Ali G Show” e contou com o apoio de Rogen para lidar com a doença, como retratado no filme. “50%”, na Netflix, é um relato sensível, especialmente porque foi escrito por alguém que viveu essa experiência intensamente.


Filme: 50%
Direção: Jonathan Levine
Ano: 2011
Gênero: Comédia / Drama
Nota: 9/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.