Considerado o melhor filme de 2003, drama brilhante com Scarlett Johansson está na Netflix Yoshio Sato / Focus Features

Considerado o melhor filme de 2003, drama brilhante com Scarlett Johansson está na Netflix

Sofia Coppola é uma cineasta singular e perspicaz. Raramente surge alguém com sua habilidade para captar a tristeza intrínseca que perpassa qualquer ser humano com um mínimo de razão e emoção, derivada das escolhas feitas ao longo de uma vida que pode ser excessivamente longa ou curta demais, independentemente do momento histórico, do caos global ou da inviabilidade das utopias.

“Encontros e Desencontros” narra a história de um casal incomum, um anticasal, composto por um homem e uma mulher que se encontram após um período sombrio e exaustivo, necessitando se reconstruir e reiniciar boa parte de suas trajetórias antes que tudo se perca, antes que seja tarde demais.

Filha de um renomado mestre do cinema, Coppola emprega enquadramentos precisos para transmitir ao público a essência dos sentimentos de seus personagens e os pensamentos que os consomem, ao mesmo tempo que busca compreender suas origens e crises, semelhante à abordagem de seu pai, Francis Ford Coppola.

Bob Harris, interpretado por Bill Murray, é um ator de meia-idade atordoado pelo que vê da Tóquio vibrante do lado de fora de um táxi. Os imensos outdoors brilhando em neon rapidamente perdem o encanto diante de um ambiente que, embora habitado por pessoas de natureza pacífica, se mostra hostil.

Como o título original sugere, a barreira linguística é um desafio significativo, tanto para Bob quanto para qualquer outro ocidental que desembarque na cidade, seja para ganhar dois milhões de dólares com uma campanha publicitária de uísque ou para limpar banheiros impecáveis que se assemelham a monumentos da arquitetura contemporânea, uma imagem belamente explorada por Wim Wenders em “Dias Perfeitos” (2023).

Murray confere a Bob a aura de alguém desligado de tudo, inclusive de si mesmo, uma sensação que se expande e domina o que resta de sua integridade. Bob enfrenta um desafio de localização geográfica, mas, fundamentalmente, lida com um desajuste interno, uma desconexão com o que se tornou.

Com a ajuda parcial do destino, ele conhece Charlotte, uma jovem que também não se sente pertencente, vivendo à sombra de um marido que a abandona em um quarto de hotel enquanto passa dias acompanhando uma banda de rock como fotógrafo.

Sofia Coppola é uma cineasta singular e perspicaz. Raramente surge alguém com sua habilidade para captar a tristeza intrínseca que perpassa qualquer ser humano com um mínimo de razão e emoção, derivada das escolhas feitas ao longo de uma vida que pode ser excessivamente longa ou curta demais, independentemente do momento histórico, do caos global ou da inviabilidade das utopias.

“Encontros e Desencontros”, na Netflix, narra a história de um casal incomum, um anticasal, composto por um homem e uma mulher que se encontram após um período sombrio e exaustivo, necessitando se reconstruir e reiniciar boa parte de suas trajetórias antes que tudo se perca, antes que seja tarde demais.

Filha de um renomado mestre do cinema, Coppola emprega enquadramentos precisos para transmitir ao público a essência dos sentimentos de seus personagens e os pensamentos que os consomem, ao mesmo tempo que busca compreender suas origens e crises, semelhante à abordagem de seu pai, Francis Ford Coppola.

Bob Harris, interpretado por Bill Murray, é um ator de meia-idade atordoado pelo que vê da Tóquio vibrante do lado de fora de um táxi. Os imensos outdoors brilhando em neon rapidamente perdem o encanto diante de um ambiente que, embora habitado por pessoas de natureza pacífica, se mostra hostil.

Como o título original sugere, a barreira linguística é um desafio significativo, tanto para Bob quanto para qualquer outro ocidental que desembarque na cidade, seja para ganhar dois milhões de dólares com uma campanha publicitária de uísque ou para limpar banheiros impecáveis que se assemelham a monumentos da arquitetura contemporânea, uma imagem belamente explorada por Wim Wenders em “Dias Perfeitos” (2023).

Murray confere a Bob a aura de alguém desligado de tudo, inclusive de si mesmo, uma sensação que se expande e domina o que resta de sua integridade. Bob enfrenta um desafio de localização geográfica, mas, fundamentalmente, lida com um desajuste interno, uma desconexão com o que se tornou.

Com a ajuda parcial do destino, ele conhece Charlotte, uma jovem que também não se sente pertencente, vivendo à sombra de um marido que a abandona em um quarto de hotel enquanto passa dias acompanhando uma banda de rock como fotógrafo.


Filme: Encontros e Desencontros 
Direção: Sofia Coppola  
Ano: 2003 
Gêneros: Drama/Comédia 
Nota: 9/10