Brandon Beckett está encurralado. O franco-atirador interpretado por Chad Michael Collins persiste em uma das tarefas mais ingratas do mundo, lutando para sobreviver em territórios explicitamente hostis, ganhando muito mais do que um salário insuficiente. “O Atirador 4”, sexto filme de uma série que já conta com oito títulos, tenta manter o interesse do público em uma história que já mostra sinais de desgaste, utilizando alguns elementos novos para revitalizar a narrativa. A trama gira em torno de sentimentos confusos, paixões desprovidas de amor e uma vingança sangrenta.
Nesta sequência, Brandon, filho de Thomas Beckett — o habilidoso fuzileiro retratado por Tom Berenger no filme original de 1993 dirigido pelo peruano Luis Llosa — é enviado à República Democrática do Congo. Lá, ele treina os habitantes locais para a guerra e, simultaneamente, auxilia civis apanhados no fogo cruzado durante uma guerra civil em erupção. O diretor suíço Claudio Fäh se concentra nas vulnerabilidades do herói, inclusive mostrando-o em situações humilhantes durante violentos contra-ataques. Os esforços de Brandon parecem fúteis à medida que o conflito se intensifica.
Transferido de Cabul para o Congo em junho de 2010, Brandon leva uma vida parecida até 4 de agosto, quando descobre o verdadeiro lado obscuro dos acordos políticos que sacrificam homens em nome de supostos interesses nacionais. Os roteiristas John Fasano, Michael Frost Beckner e Crash Leyland abrem “O Atirador 4” com o depoimento formal do anti-herói de Collins a dois superiores, incluindo a tenente Ellen Abramowitz, interpretada por Annabel Wright, com quem ele tem um breve e tumultuado romance. As acusações de deserção e traição à pátria começam a pesar contra ele.
No dia anterior, 3 de agosto, a equipe do Programa para Equipar e Treinar na África, liderada por Brandon, começa suas atividades com um pequeno grupo local em um quartel improvisado, utilizando fuzis russos AKS-74 e coletes ativados por laser. Contudo, ele não esperava uma traição deplorável. Fäh desenvolve a trama política até revelar que um membro do exército americano está sabotando a tropa, desviando material bélico para fortalecer os rebeldes que lutam contra o governo de transição visando eleições populares.
Apesar do bom argumento dos roteiristas Fasano, Beckner e Leyland, a história demonstra um cansaço evidente, mesmo com a atuação convincente do protagonista. A revelação do traidor, enriquecendo às custas da vida dos soldados, não surpreende, sendo previsível. E, nesse momento, sentimos falta de Berenger.
Filme: O Atirador 4
Direção: Claudio Fäh
Ano: 2011
Gêneros: Ação/Thriller
Nota: 7/10