O filme que fez a Netflix desembolsar 20 milhões de dólares para tê-lo na programação Sergej Radovic / Netflix

O filme que fez a Netflix desembolsar 20 milhões de dólares para tê-lo na programação

A trajetória das mulheres rumo à igualdade enfrentou obstáculos arraigados em uma cultura que por muito tempo as relegou ao âmbito doméstico, impondo-lhes o fardo da responsabilidade pela casa e pela família. Essa realidade, ainda presente em diversas partes do mundo, se traduziu em um desafio para as mulheres que aspiravam a uma carreira profissional e enfrentaram barreiras para retornar ao ambiente corporativo após períodos de ausência.

É nesse contexto que encontramos Emily, a protagonista de “Jogo Justo” (2023), dirigido por Chloe Domont. Sua jornada amorosa com Luke é marcada por reviravoltas inesperadas, deixando-a vulnerável à pressão social e às expectativas alheias. O filme, após sua estreia no Festival Internacional de Cinema de Toronto e passagem por Sundance, revela-se uma obra sólida, que equilibra habilmente drama e comédia.

Phoebe Dynevor e Alden Ehrenreich entregam performances convincentes como Emily e Luke, respectivamente, capturando a complexidade de seus relacionamentos e as nuances de suas personalidades. A narrativa especula sobre os limites do jogo do amor e do poder, mantendo o espectador engajado até o desfecho imprevisível.

A trama se desenrola em meio a festas glamorosas e encontros passionais, mas é nos momentos de confronto e vulnerabilidade que “Jogo Justo” revela sua verdadeira essência. A ascensão de Emily no mundo corporativo desencadeia tensões entre o casal, explorando os limites do comprometimento e da lealdade.

Embora a narrativa possa perder um pouco de ritmo em certos momentos, a sátira afiada sobre as dinâmicas dos relacionamentos modernos permanece como o ponto forte do filme. Dynevor e Ehrenreich cativam o público com sua química na tela, enquanto a direção de Domont oferece uma visão perspicaz sobre as complexidades do amor e do poder.

 “Jogo Justo” é uma reflexão provocativa sobre as interseções entre o romance e o mundo corporativo, mergulhando nas obsessões e fraquezas humanas com humor e sensibilidade. É uma obra que desafia as convenções e nos lembra da inevitável complexidade dos relacionamentos interpessoais, independentemente do cenário em que se desdobrem.

A crônica das complexidades amorosas e corporativas se desenrola com uma cadência que oscila entre a excitação e a introspecção. Emily e Luke, interpretados por Phoebe Dynevor e Alden Ehrenreich, personificam os altos e baixos de um relacionamento marcado por jogos de poder e emoções intensas.

A trama, habilmente tecida por Chloe Domont, nos leva por um turbilhão de emoções à medida que acompanhamos os altos e baixos do romance de Emily e Luke. Enquanto os dois se envolvem em um jogo de sedução e manipulação, somos confrontados com questões profundas sobre lealdade, ambição e autenticidade.

Dynevor e Ehrenreich entregam performances cativantes, capturando a vulnerabilidade e a determinação de seus personagens de forma envolvente. Suas interações na tela são carregadas de tensão e paixão, mantendo o espectador envolvido do início ao fim.

“Jogo Justo”, na Netflix, é uma obra que desafia as convenções do gênero romântico, oferecendo uma visão perspicaz sobre as complexidades do amor e do poder no mundo contemporâneo. É um filme que nos convida a questionar nossas próprias noções de relacionamentos e a explorar as nuances da condição humana com empatia e compreensão.


Filme: Jogo Justo
Direção: Chloe Domont
Ano: 2023
Gêneros: Drama/Mistério/Suspense/Erótico
Nota: 8/10