Você conhece o Atlas Klencke? Com mais de três séculos de existência, o livro, fabricado na Holanda, tem 1,75 metros de altura e 1,90 metros de largura quando está aberto. O conteúdo é de 41 mapas de parede, que ilustram os continentes e diversos estados europeus. Os mapas são feitos de placa de cobre e seu estado de conservação está em excelentes condições.
São 37 folhas de papel que formam, juntas, um único mapa mundial. Cada mapa foi minuciosamente decorado, ilustrando territórios, rotas comerciais e características geográficas de cada região. O atlas reflete o conhecimento geográfico da época.
O nome foi batizado como Klencke, porque foi encomendado pelo mercador de livros e mapas holandês Joannes Klencke, que quis dá-lo de presente ao rei Charles II da Inglaterra, em 1660, como forma de parabenizá-lo pela restauração da monarquia inglesa após a Commonwealth.
A Commonwealth foi um período histórico entre 1649 e 1660, ocorrido após a execução do rei Chales I, que aboliu, durante um tempo, a monarquia e instaurou a república na Inglaterra. O parlamento e Conselho de Estado foram liderados por Oliver Cromwell e, durante esse período, o poder foi centralizado e não considerado democrático. Houve instabilidade política, com resistência da Escócia e Irlanda, onde forças monarquistas lutaram contra as forças parlamentares. Além disso, o país enfrentou dificuldades financeiras e tensão religiosa.
Com a restauração do trono por Chales II, o país retomou a monarquia, e o presente notável, o Atlas Klencke, surgiu como símbolo do poder e prestígio da realeza recém-restaurada e um ícone de diplomacia. Ele foi produzido com o trabalho de alguns dos maiores cartógrafos da época, como Willem Blaeu, Joan Blaeu e Jan Janssonius.
Charles II, que era um aficionado em mapas, guardou o presente do Gabinete e Armário de Raridades em Whitehall. Em 1828, o rei George IV o doou ao Museu Britânico em conjunto com outros mapas e atlas da Biblioteca do Rei. O Atlas Klencke passou por uma restauração em 1950 e, hoje, é mantido na Biblioteca de Londres, na divisão de Mapeamento de Antiquários. Ele foi exibido publicamente pela primeira vez com suas páginas abertas em 2010, em uma exposição da Biblioteca Britânica.
Em 2012, ele perdeu o posto de maior atlas do mundo para o Earth Planitum, cerca de 30 centímetros maior, publicada pelo editor australiano Gordon Cheers.