Costuma-se chamar as pessoas que adoram entrar numa livraria de ratos de livraria. Eu mesmo posso ser considerado um típico rato de livraria, já que não posso ver uma loja que venda livros, novos ou usados, que entro para dar uma olhada e vou ficando por lá enquanto posso. Apesar de me encaixar perfeitamente nessa definição, não gosto dela. Afinal, os ratos que frequentam livrarias não estão ali para comprar ou ler, eles estão ali para roer os livros. Eu nunca roí nenhum livro, nem sei o gosto que tem, portanto não acho justo ser chamado de rato de livraria. Não acho boa essa ligação que fazem do rato, um animal nojento, vetor de várias doenças, a esses templos do livro que são as livrarias. Nem se fosse um rato bonitinho de desenho animado, nem se fosse um rato que só gosta de comer queijo, e eu adoro queijo! Não! Preferia que o animal que fosse ligado ao gosto por livros e livrarias fosse outro, qualquer outro.
Que tal chamar me chamar de um cachorro de livrarias? Assim como os cachorros eu sou o melhor amigo das livrarias e muito fiel a elas.
Ou de gato de livrarias? Dizem que os gatos são muito curiosos e gostam de fuçar tudo, que é como me comporto quando entro em uma livraria.
E se me chamassem de passarinhos de livrarias? Eu praticamente faço um ninho em cada livraria que entro e fico ali chocando os livros que desejo comprar.
Ou de corujas de livrarias? Se as corujas são ligadas a inteligência e sabedoria seria justo que fossem elas a frequentar as livrarias?
Para não ser chamado de rato de livrarias, eu topo até mesmo ser chamado de Jumento de Livrarias! Afinal de contas, quando entro em uma livraria eu empaco e não há jeito de me arrastar para fora.