Nossas expectativas românticas são quase que completamente moldadas por filmes e livros. Um grande responsável pelos devaneios amorosos dos nossos contemporâneos é Richard Curtis, um dos mais renomados roteiristas de comédias românticas dos últimos anos. Ele é o nome por trás de filmes açucarados como “Quatro Casamentos e um Funeral”, “Simplesmente Amor” e “Um Lugar Chamado Notting Hill”. Dirigido por Roger Mitchell, este último filme foi, e ainda é, um fenômeno. Produzido com um custo de 42 milhões de dólares, ele arrecadou mais de 360 milhões nos cinemas, mostrando o poder das comédias românticas, capazes de serem, sim, enormes arrecadadoras de bilheterias.
Notting Hill, um dos bairros mais charmosos de Londres, é palco para essa história de amor com Julia Roberts e Hugh Grant, um dos casais mais icônicos do cinema e que possui uma química espetacular. A beleza da arquitetura georgiana e vitoriana com suas portinhas coloridas de Notting Hill fazem toda a diferença ao contar essa história. Grant é William Thacker, dono de uma livraria especializada em livros de viagem. Ele também é um divorciado, que está financeiramente arruinado e romanticamente desiludido. Depois que sua esposa o deixou por outro homem, ele teve que alugar um dos quartos de sua casa para o infame Spike, um colega de quarto ridiculamente absurdo e ingênuo vivido por Rhys Ifans.
A vida de Will parece medíocre e desinteressante o bastante para que algo especial nunca aconteça, até que acontece. Anna Scott (Roberts) é uma celebridade de Hollywood que está de passagem por Londres e decide conhecer a livraria de Will. O objetivo dela ter entrado por aquela porta é, primordialmente, despistar alguns paparazzi. Leva um tempo até que Will se dê conta de que aquela cliente atraente é nada menos que uma estrela global do cinema. Depois de comprar um livro não recomendado por Will, Anna sai e é provável que os dois nunca mais se encontrem na vida.
Como em filmes tudo é possível, inclusive a mais disparatada das situações, Anna e Will se trombam na rua novamente e ele derrama suco de laranja na roupa dela. Como Will mora nas proximidades, a convida para se limpar em sua casa. Anna está monossilábica e misteriosa, mesmo quando tira os óculos escuros, mostrando sua resistência em ficar à vontade ou confiar nas pessoas. Enquanto isso, Will é verborrágico e espontâneo demais para seu próprio bem. Para Anna isso é uma qualidade, já que as pessoas estão sempre tentando ser educadas ou bajuladoras demais na sua frente. Ela surpreendentemente beija Will nos lábios antes de sair pela icônica porta azul de Notting Hill.
E é aí que você pensa que se isso fosse uma história real, os dois jamais se veriam novamente, mas, claro, isso é uma comédia romântica e eles com certeza vão se encontrar de novo, desenvolvendo um romance de conto de fadas, onde a princesa é que se apaixona pelo Cinderelo. Will apresenta seu grupo de amigos excêntricos para Anna e a cena rende algumas das melhores piadas do filme.
Claro, há um vem e vai do relacionamento, porque é preciso que o amor supere alguns desafios bastante óbvios: Will não é ninguém importante e ela é mundialmente famosa. O interesse na mídia no romance entre eles será o maior dos problemas, além, claro, do ex-namorado de Anna, Jeff (Alec Baldwin), que decide aparecer de surpresa no quarto de hotel dela.
Em uma das comédias românticas mais prazerosas de se assistir, “Um Lugar Chamado Notting Hill”, no Prime Video, é uma das mais doces interpretações de Hugh Grant e conta uma atmosfera incrível de leveza e romance. Ainda é impossível deixar de mencionar a trilha sonora cativante, que vai de Elvis Costello, interpretando uma das canções mais belas de Charles Aznavour, até o canto melancólico e marcante de Bill Withers na belíssima “Ain’t no Sunshine”.
Filme: Um Lugar Chamado Notting Hill
Direção: Roger Mitchell
Ano: 1999
Gênero: Comédia/Romance
Nota: 10