Não perca mais um segundo do seu tempo sem ver a obra-prima que consagrou a carreira de Benedict Cumberbatch, na Netflix Jack English / Weinstein Company

Não perca mais um segundo do seu tempo sem ver a obra-prima que consagrou a carreira de Benedict Cumberbatch, na Netflix

“O Jogo da Imitação”, reconhecido com o prêmio de melhor roteiro adaptado no Oscar de 2015, é uma narrativa envolvente que desvenda os feitos e as agruras de Alan Turing, figura multifacetada que deixou um legado inestimável para a humanidade. Turing, além de matemático e cientista da computação, foi um criptoanalista brilhante, um homem marcado por sua homossexualidade em uma época intolerante, um apaixonado por maratonas e, acima de tudo, um verdadeiro gênio incompreendido. Sua contribuição para a Segunda Guerra Mundial foi inestimável: ao criar um computador capaz de decifrar as mensagens criptografadas dos nazistas, ele não só mudou o curso da guerra como também revolucionou o mundo da tecnologia, pavimentando o caminho para a era da computação.

Benedict Cumberbatch, conhecido por sua habilidade em interpretar personagens complexos e excêntricos, entrega uma performance perfeccionista e impactante como Turing. Em sua atuação, somos levados a desbravar os recantos mais íntimos da vida do matemático, desde sua genialidade incontestável até sua luta contra a intolerância social e a perseguição devido à sua orientação sexual. É através desse olhar minucioso que testemunhamos não apenas a genialidade de Turing, mas também sua vulnerabilidade e suas relações interpessoais, incluindo seu envolvimento com a colega Joan Clarke, interpretada por Keira Knightley.

Entrelaçando habilmente três linhas temporais distintas, o roteiro de “O Jogo da Imitação” se assemelha a um intrincado quebra-cabeça, oferecendo ao espectador uma visão panorâmica da vida de Turing. Da descoberta de sua sexualidade à sua contribuição crucial para o desfecho da guerra, cada peça desse quebra-cabeça revela um aspecto essencial da jornada do protagonista.

Mais do que uma mera narrativa biográfica, “O Jogo da Imitação”, na Netflix, é um thriller emocionante que nos mergulha nas profundezas da mente brilhante de Turing, ao mesmo tempo que nos confronta com as injustiças e preconceitos que ele enfrentou ao longo de sua vida. A produção celebra não apenas as conquistas científicas de Turing, mas também sua resiliência diante da adversidade e sua coragem ao desafiar as normas sociais de sua época.

Embora tenha sido reconhecido postumamente pela rainha em 2013, como um herói perdoado por sua “indecência grosseira”, o destino de Turing permanece como um lembrete doloroso das injustiças que permeiam a história. Sua vida e sua obra continuam a inspirar gerações, lembrando-nos de que, por trás de cada avanço científico, há sempre uma mente brilhante e um coração corajoso que desafia o status quo.


Filme: O Jogo da Imitação
Direção: Morten Tyldum
Ano: 2014
Gênero: Biografia / Thriller/ Drama
Nota: 10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.